“Mas
ele disse: Antes, bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus e a guardam.”
– (Lucas, 11:28.)
Dirigira-se
Jesus à multidão, com o enorme poder do seu amor, conquistando geral atenção.
Mal
terminara as observações amorosas e sábias, eis que uma senhora se levanta no
seio da turba e, magnetizada pela sua expressão de espiritualidade sublime,
reporta-se, em alta voz, às bem-aventuranças que deviam caber a Maria, por
haver contribuído na vinda do Salvador à face da Terra. Mas, prestamente, na
perfeita compreensão das conseqüências infelizes que poderiam advir da atitude
impensada, responde o Mestre que, antes de tudo, serão bem-aventurados os que
ouvem a revelação de Deus e lhe praticam os ensinamentos, observando-lhe os
princípios.
A
passagem constitui esclarecimento vivo para que não se amorteça, entre os discípulos
sinceros, a campanha contra o elogio pessoal, veneno das obras mais santas a
sufocar-lhes propósitos e esperanças.
Se admiras algum companheiro
que se categoriza a teus olhos por trabalhador fiel do bem, não o perturbes com
palavras, das quais o mundo tem abusado muitas vezes, construindo frases superficiais,
no perigoso festim da lisonja. Ajuda-o, com boa-vontade e entendimento, na
execução do ministério que lhe compete, sem te esqueceres de que, acima de
todas as bem-aventuranças, brilham os divinos dons daqueles que ouvem a Palavra
do Senhor, colocando-a em prática
(Mensagem publicada no livro "Pão Nosso", de Emmanuel, psicografia de Chico Xavier, editora FEB)