Em qualquer estudo da mediunidade, não podemos esquecer
que o pensamento vige na base de todos os fenômenos de sintonia na esfera da
alma.
Analisando-o, palidamente, tomemos a imagem da vela
acesa, apesar de imprópria para as nossas anotações.
A vela acesa arroja de si fótons ou força luminosa.
O cérebro exterioriza princípios inteligentes ou
energia mental.
Na primeira, temos a chama.
No segundo, identificamos a idéia.
Uma e outro possuem campos característicos de atuação,
que é tanto mais vigorosa quanto mais se mostre perto do fulcro emissor.
No fundo, os agentes a que nos referimos são neutros em
si.
Imaginemos, no entanto, o lume conduzido. Tanto pode
revelar o caminho de um santuário, quanto a trilha de um pântano.
Tanto ajuda os braços do malfeitor na execução de um
crime, quanto auxilia as mãos do benfeitor no levantamento das boas obras.
Verificamos, no símile, que a energia mental,
inelutavelmente ligada à consciência que a produz, obedece à vontade.
E, compreendendo-se no pensamento a primeira estação de
abordagem magnética, em nossas relações uns com os outros, seja qual for a
mediunidade de alguém, é na vida íntima que palpita a condução de todo o
recurso psíquico.
Observa, pois, os próprios impulsos.
Desejando, sentes.
Sentindo, pensas.
Pensando, realizas.
Realizando, atrais.
Atraindo, refletes.
E, refletindo, estendes a própria influência, acrescida
dos fatores de indução do grupo com que te afinas.
O pensamento é, portanto, nosso cartão de visita.
Com ele, representamos ao pé dos outros,
conforme nossos próprios desejos, a harmonia ou a perturbação, a saúde ou a
doença, a intolerância ou o entendimento, a luz dos construtores do bem ou a
sombra dos carregadores do mal.
(Do livro: "Seara dos Médiuns", Emmanuel, psicografia de Chico Xavier, FEB)
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