domingo, 31 de março de 2013

ABORTO


 
Conseqüência natural do instinto de conservação da vida é a procriação, traduzindo a sabedoria divina, no que tange à perpetuação das espécies.

Mesmo nos animais inferiores a maternidade se expressa como um dos mais vigorosos mecanismos da vida, trabalhando para a manutenção da prole.

Ressalvadas raras exceções, o animal dócil, quando reproduz, modifica-se, liberando a ferocidade que jaz latente, quando as suas crias se encontram ameaçadas.

O egoísmo humano, porém, condescendendo com os preconceitos infelizes, sempre que em desagrado, ergue a clava maldita e arroga-se o direito de destruir a vida.

Por mais se busquem argumentos, em vãs tentativas para justificar-se o aborto, todos eles não escondem os estados mórbidos da personalidade humana, a revolta, a vingança, o campo aberto para as licenças morais, sem qualquer compromisso ou responsabilidade.

O absurdo e a loucura chegam, neste momento, a clamorosas decisões de interromper a vida do feto, somente porque os pais preferem que o filho seja portador de outra e não da sexualidade que exames sofisticados conseguem identificar em breve período de gestação, entre os povos supercivilizados do planeta...

Não há qualquer dúvida, quanto aos "direitos da mulher sobre o seu corpo", mas, não quanto à vida que vige na intimidade da sua estrutura orgânica.

Afinal, o corpo a ninguém pertence, ou melhor nada pertence a quem quer que seja, senão à Vida.

Os movimentos em favor da liberação do aborto, sob a alegação de que o mesmo é feito clandestinamente, resultam em legalizar-se um crime para que outro equivalente não tenha curso.

Diz-se que, na clandestinidade, o óbito das gestantes que tombam, por imprudência, em mãos incapazes e criminosas, é muito grande, e quando tal não ocorre, as conseqüências da técnica são dolorosas, gerando seqüelas, ou dando origem a processos de enfermidades de longo curso.

A providência seria, portanto, a do esclarecimento, da orientação e não do infanticídio covarde, interrompendo a vida em começo de alguém que não foi consultado quanto à gravidade do tentame e ao seu destino.

Ocorre, porém, na maioria dos casos de aborto, que a expulsão do corpo em formação, de forma nenhuma interrompe as ligações Espírito-a-Espírito, entre a futura mãe e o porvindouro filho.

Sem entender a ocorrência, ou percebendo-a, em desespero, o ser espiritual agarra-se às matrizes orgânicas e, à força da persistência psíquica, sob frustração do insucesso termina por lesar a aparelhagem genital da mulher, dando gênese a doenças de etiologia mui complicada, favorecendo os múltiplos processos cancerígenos.

Outrossim, em estado de desespero, por sentir-se impedido de completar o ciclo da vida, o Espírito estabelece processos de obsessão que se complicam, culminando por alienar-se a mulher de consciência culpada, formando quadros depressivos e outros, em que a loucura e o suicídio tornam-se portas de libertação mentirosa.

Ninguém tem o direito de interromper uma vida humana em formação.

Diante da terapia para salvar a vida da mãe, é aceitável a interrupção do processo da vida fetal, em se considerando a possibilidade de nova gestação ou o dever para com a vida já estabelecida, face à dúvida ante a vida em formação...

Quando qualquer crime seja tornado um comportamento legal, jamais se enquadrará nos processos morais das Leis Soberanas que sustentam o Universo em nome de Deus.

Diante do aborto em delineamento, procura pensar em termos de amor e o amor te dirá qual a melhor atitude a tomar em relação ao filhinho em formação, conforme os teus genitores fizeram contigo, permitindo-te renascer.

(FRANCO, Divaldo Pereira. Alerta. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL.)

segunda-feira, 25 de março de 2013

JESUS


 
"Eu sou a luz que vim ao mundo, para que o que crê em mim não permaneça nas trevas." (João, XII, 46.)

"Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas..." (João X, 11.)

"Eu sou a luz do mundo; quem me segue de modo algum andará em trevas; pelo contrário, terá a luz da vida." (João VIII, 12.)

"Se alguém tiver sede venha a mim e beba" (João VII, 37.)

"Eu sou o pão vivo que desci do céu." (João, VI, 51.)

"Eu sei, respondeu a mulher, que vem o Messias (que se chama Cristo); quando ele vier, anunciar-nos-á todas as coisas. Disse-lhe Jesus: Eu o sou, eu que falo contigo" (João, IV, 25-26.)

"Como João no cárcere tivesse ouvido falar nas obras do Cristo, mandou pelos seus discípulos perguntar-Ihe: És tu aquele que há de vir, ou é outro o que devemos esperar?"

"Respondeu Jesus: Ide contar a João o que estais ouvindo e observando: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos ficam limpos, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados; aos pobres anuncia-se-lhes o Evangelho; bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço." (Mateus, XI, 1-6.)

"João, chamando dois deles, enviou-os ao Senhor para perguntar: És tu aquele que há de vir, ou havemos de esperar outro? Quando esses homens chegaram a Jesus, disseram: João Batista enviou-nos para perguntar: És tu aquele que há de vir, ou havemos de esperar outro? Na mesma hora curou Jesus a muitos de moléstias, de flagelos e de espíritos malignos; e deu vista a muitos cegos. Então lhes respondeu.

"Ide contar a João o que vistes e ouvistes: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos ficam limpos, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, aos pobres anuncia-se-lhes o Evangelho; e bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço." (Lucas VII, 19-23.)

"A ninguém sobre a Terra chameis vosso pai; porque só um é vosso Pai, Aquele que está no Céu. Nem queirais ser chamados mestres, porque só um é o vosso mestre, o Cristo." (Mateus XXIII, 9-10.)

"Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim." (João XIV, 6.)

As palavras de Jesus excluem antecipadamente todas as idéias falsas que se possam fazer sobre Ele e o seu escopo primordial.

O motivo exclusivo da sua vinda a este mundo foi, como profetizou Isaías, fazer raiar a Luz aos que se achavam na região da morte: dar crença aos que não a tinham, guiar os que se haviam perdido e se achavam desviados da Estrada da Vida, animá-los e vivificá-los, finalmente, apresentar-se a todos como o Modelo, o Paradigma, o Enviado de Deus, o único Mestre capaz de legar um ensino puro e perfeito, o verdadeiro representante da Verdade que redime e salva. Daí a sua sentença: "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém vai ao Pai senão por mim."

Querendo excluir de si mesmo toda a primazia divina, Ele não se apresenta, apesar da sua incomparável missão, como sendo Deus, o Pai, mas, sim, como um seu Enviado - o Cristo.

Os intuitos da sua vinda ao mundo não foram, pois, o de ser deïficado, o de que se levantassem igrejas ou catedrais em seu nome, nem se fizesse dos seus ensinos uma religião hierárquica, em que dominasse o formalismo, regida por um ritual.

Ele apresentou-se no cenário terrestre como o Médico que deveria restabelecer a saúde das almas; como o Pregoeiro a anunciar a todos o Reino de Deus; como um eleito do Céu, cheio de amor e poder para dominar Potestades e Elementos.

A interpelação dos Mensageiros de João, a sua resposta foi categórica: "Ide contar a João o que estais ouvindo e observando."

Humilde em extremo, mas de uma energia inquebrantável; bondoso, mas justiceiro; estrito cumpridor dos seus deveres; trabalhador incansável, cujos feitos soube tão brilhantemente unir à sua Palavra Redentora, a ponto de chegarem a aclamá-lo Deus, estamos certos não poder Jesus ser solidário com uma "religião" de franjas, de paramentos, de dogmas, que não condiz com o Verbo que reboou no Carmelo e resplandeceu no Tabor, livre de todas as pompas que pudessem desnaturar a sua beleza natural.

Sua Doutrina é mais do que igrejas e sacerdotes, mais do que catecismos e sacramentos, mais do que todo e qualquer princípio de partidarismo que divide a família humana em vez de reuni-la sob um só preceito de moral, abrangendo a obediência a Deus e o Amor ao próximo.

Jesus é a Luz do Mundo, o Sal da Terra, a Água Viva, o Pão, o Suco da Vide, mas, todos esses atributos que e Mestre Galileu a si mesmo conferiu não representam outra coisa senão a Sua Doutrina, o Verbo que nele se fez carne e habitou entre nós.

Não transviemos o pensamento íntimo de Jesus, dedicando-lhe honrarias e títulos que Ele não usou, e nem revistamos a Sua Palavra de preceitos e de roupagens que só podem desnaturá-la.

"O discípulo não pode ser mais do que o Mestre" e só nele permaneceremos se a Sua Palavra permanecer em nós, livre dos abusos de interpretações e do dogmatismo bastardo que transvia as almas e obscurece o Seu Evangelho.

Finalmente, o pensamento íntimo do Mestre quando veio a esse mundo, não teve intuitos glorificadores, mas de concorrer para que essa Religião Sublime do Amor a Deus e ao Próximo se tornasse conhecida de todos e pudesse, em breve tempo, substituir os fermentos farisaicos que até hoje envenenam a Humanidade.
(Do livro: O Espírito do Cristianismo, Cairbar Schutel)

quinta-feira, 14 de março de 2013

Ansiedades


“Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.” – (1ª Epístola de Pedro, 5:7.)
 
 

As ansiedades armam muitos crimes e jamais edificam algo de útil na Terra.

Invariavelmente, o homem precipitado conta com todas as probabilidades contra si.

Opondo-se às inquietações angustiosas, falam as lições de paciência da Natureza, em todos os setores do caminho humano.

Se o homem nascesse para andar ansioso, seria dizer que veio ao mundo, não na categoria de trabalhador em tarefa santificante, mas por desesperado sem remissão.

Se a criatura refletisse mais sensatamente reconheceria o conteúdo de serviço que os momentos de cada dia lhe podem oferecer e saberia vigiar, com acentuado valor, os patrimônios próprios. Indubitável que as paisagens se modificarão incessantemente, compelindo-nos a enfrentar surpresas desagradáveis, decorrentes de nossa atitude inadequada, na alegria ou na dor; contudo, representa impositivo da lei a nossa obrigação de prosseguir diariamente, na direção do bem.

A ansiedade tentará violentar corações generosos, porque as estradas terrenas desdobram muitos ângulos obscuros e problemas de solução difícil; entretanto, não nos esqueçamos da receita de Pedro. Lança as inquietudes sobre as tuas esperanças em Nosso Pai Celestial, porque o Divino Amor cogita do bem-estar de todos nós. Justo é desejar, firmemente, a vitória da luz, buscar a paz com perseverança, disciplinar-se para a união com os planos superiores, insistir por sintonizar-se com as esferas mais altas. Não olvides, porém, que a ansiedade precede sempre a ação de cair.
 
(do livro "Pão Nosso", Emmanuel, psicografia de Chico Xavier, FEB)

segunda-feira, 11 de março de 2013

Nas Leis do Amor



Se alguém te fala em descanso inútil depois da morte, pensa nos que sofrem por amor, na experiência terrestre.

Indaga das mães devotadas se teriam coragem de relegar os filhos delinqüentes à solidão da masmorra...

Preferem chorar na pocilga, trabalhando por eles, a morarem no paraíso com o peito rebentando de lágrimas.

Pergunta aos pais afetuosos se pediriam a forca para os rebentos do próprio sangue, comprometidos em débitos insolúveis...

Escolhem a condição dos grilhetas, de modo a vê-los recuperados, renunciando aos prêmios que a sociedade lhes destine à honradez.

Inquire da esposa abnegada se deixaria o companheiro enredado à loucura, pra brilhar num desfile de santidade...

Disputará as vigílias no manicômio para servi-lo, fugindo aos louros da praça pública.

Interroga do amigo verdadeiro se deixará o amigo confiante em dificuldade...

Aceitará partilhar-lhe as provações, recusando os privilégios com que o mundo lhe acene.

Isso acontece na Terra, onde o amor ainda se mistura ao egoísmo, qual o ouro perdido na ganga do solo.

Para além das cinzas do túmulo, há paz de consciência e alegria profunda no dever nobremente cumprido, mas, se te afeiçoas à bondade e à renúncia, poderás quanto quiseres continuar auxiliando os entes amados, que aprendeste a venerar e querer, ou prosseguir exaltando os ideais e as tarefas edificantes que abraças.

À medida que penetramos os segredos do amor puro, vamos reconhecendo que ninguém pode ser realmente feliz sem fazer a felicidade alheia no caminho em que avança.

O próprio Criador determinou que a noite se cobrisse de estrelas e que o espinheiral se levantasse recamado de rosas.

Trabalharemos e sofreremos, assim, por amor, pelos séculos adiante, ajudando-nos uns aos outros a erguer a felicidade de nosso nível, até que possamos entrar, todos juntos, na suprema felicidade que consiste em nossa união com Deus para sempre.
 
(Do livro "Justiça Divina", de Emmanuel, psicografia de Chico Xavier, FEB)