quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

NATAL E VIDA




Era noite de Natal, mas ele não podia delegar o trabalho que iria começar dentro de alguns minutos.
Há muitos anos Maurício era voluntário do CVV - Centro de Valorização da Vida. Dedicava-se de todo coração.
Prontificara-se a ouvir os desabafos dos desiludidos da vida, antes que se decidissem pelo suicídio.
Trabalho anônimo. A simples escuta amorosa permite mudar a forma de pensar de muitos que buscam apoio.
Espírito solidário e disponibilidade de pouco mais de quatro horas semanais é um dos requisitos dos voluntários desse extraordinário serviço que iniciou, em nosso país, no ano de 1962.
Também anonimato de quem se dispõe à sua execução e sigilo das conversas. Um verdadeiro trabalho de amor.
Uma surpresa incalculável esperava por Maurício, nesse dia.
Quando o telefone tocou, uma voz clara e alegre se fez ouvir.
Era portadora de reconhecimento a todos os voluntários daquele trabalho.
Hoje estou ligando para agradecer o atendimento que recebi, há alguns meses.
Graças a vocês, estou novamente junto de minha família, e vou poder passar o Natal e o dia de Ano Novo com meus familiares queridos.
Peço a Deus para abençoar a todos os que dedicam suas horas proporcionando tamanha bênção.
Infinita emoção envolveu Maurício, que mal conseguiu falar um muito obrigado, em nome de todos os voluntários.
Sempre que chega dezembro, basta dedicarmos um pouco de atenção, para notarmos, que algo muda no ar.
O mês, dedicado à comemoração do nascimento do Mestre Jesus, traz consigo uma atmosfera de emoções especiais.
Demonstração clara de que nossos pensamentos, palavras e ações constroem nosso ambiente.
São as lembranças ricas de amor e carinho, entre familiares próximos e distantes.
São trocas de mensagens de amor, em nome de Jesus.
A aproximação de amigos distantes que se buscam para as comemorações fraternas.
Bazares de prendas que se realizam, em benefício de lares adotivos, creches, asilos.
Festas de confraternização entre trabalhadores de diversos setores.
Distribuição de doces e brinquedos para as crianças carentes.
Visitas aos lares necessitados, para entrega de cestas básicas, guloseimas e brinquedos.
Corais infantis sonorizando com boas músicas lugares privilegiados, nas cidades.
Peças teatrais nas escolas, contemplando passagens da vida de Jesus.
Lares e comércio, em geral, iluminados com coloridos alegres e chamativos.
Visitas queridas, que vêm de longe, trazendo e recebendo alegrias de reencontros.
E muitos agradecimentos especiais plenificam corações bondosos, inesperadamente.
As emoções, as lembranças, os sorrisos, a alegria saudável espoucam em todas as direções.
É Jesus mais próximo de nossos corações.
É Jesus compartilhando pensamentos, palavras e ações.
É Jesus abençoando a Humanidade.
É Jesus causando mudanças na atmosfera dos corações.
Ah! Se os homens resolvessem ter sempre Jesus tão próximo assim, o mundo seria tão mais agradável!
Como seria harmoniosa a Terra se todos os meses fossem dezembro. Se em todos os meses se comemorasse o aniversário do Rei Solar e Governador planetário.

(Redação do Momento Espírita)


quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

JUSTIÇA DA REENCARNAÇÃO


Em que se funda o dogma da reencarnação?

“Na justiça de Deus e na revelação, pois incessante mente repetimos: o bom pai deixa sempre aberta a seus filhos uma porta para o arrependimento. Não te diz a razão que seria injusto privar para sempre da felicidade eterna todos aqueles de quem não dependeu o melhorarem-se? Não são filhos de Deus todos os homens? Só entre os egoístas se encontram a iniqüidade, o ódio implacável e os castigos sem remissão.”

Todos os Espíritos tendem para a perfeição e Deus lhes faculta os meios de alcançá-la, proporcionando-lhes as provações da vida corporal. Sua justiça, porém, lhes concede realizar, em novas existências, o que não puderam fazer ou concluir numa primeira prova.

Não obraria Deus com eqüidade, nem de acordo com a sua bondade, se condenasse para sempre os que talvez hajam encontrado, oriundos do próprio meio onde foram colocados e alheios à vontade que os animava, obstáculos ao seu melhoramento. Se a sorte do homem se fixasse irrevogavelmente depois da morte, não seria uma única a balança em que Deus pesa as ações de todas as criaturas e não haveria imparcialidade no tratamento que a todas dispensa.

A doutrina da reencarnação, isto é, a que consiste em admitir para o Espírito muitas existências sucessivas, é a única que corresponde à idéia que formamos da justiça de Deus para com os homens que se acham em condição moral inferior; a única que pode explicar o futuro e firmar as nossas esperanças, pois que nos oferece os meios de resgatarmos os nossos erros por novas provações. A razão no-la indica e os Espíritos a ensinam.

O homem, que tem consciência da sua inferioridade, haure consoladora esperança na doutrina da reencarnação. Se crê na justiça de Deus, não pode contar que venha a achar-se, para sempre, em pé de igualdade com os que mais fizeram do que ele. Sustém-no, porém, e lhe reanima a coragem a idéia de que aquela inferioridade não o deserda eternamente do supremo bem e que, mediante novos esforços, dado lhe será conquistá-lo. Quem é que, ao cabo da sua carreira, não deplora haver tão tarde ganho uma experiência de que já não mais pode tirar proveito? Entretanto, essa experiência tardia não fica perdida; o Espírito a utilizará em nova existência.
(O Livro dos Espíritos, questão 171, Allan Kardec, FEB)