DIJ - Departamento da Infância e Juventude

UMA VISITA ESPECIAL...


Se você pudesse encontrar com o Codificador da Doutrina Espírita, Allan Kardec, em pessoa, o que perguntaria? Os evangelizandos do Jardim do Núcleo Espírita Ismael Gomes Braga, tiveram a imensa alegria de encontrar com o Codificador em pessoa (bem, quase) e não pestanejaram:
“Senhor Kardec, o senhor vê espíritos? Como eles são?”
“O senhor gosta de desenhar?”

O ilustre amigo, na verdade nosso irmão Alexandre Mendonça, trabalhador do NEIGB que interpretou a personagem, respondeu a estas e outras as perguntas e conversou com as crianças sobre a Codificação Espírita, enchendo de alegria (e uma saudável curiosidade) aos pequenos corações presentes.




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EDUCAR PARA O AMOR





Lendo as notícias, artigos, vídeos, relatos a respeito da violência sofrida pela jovem de 16 anos, percebo o quanto ainda estamos distante da essência que nos criou, o quanto ainda devemos caminhar para nos expurgar de tudo que nos prende a condição de feras, digo de feras e não de animais, pois que os animais agem por instinto e nunca são cruéis. Muitas são as falas, muitos são os argumentos, há os que tentando não enxergar a nossa condição inferior, justifique que a violência seja responsabilidade da vítima, que cabe a nós vivermos de tal modo que não haja possibilidades de sermos agredidos ( coloco agredidos porque a violência não está restrita apenas ao universo feminino), não podemos ter uma visão tão simplista de atos como estes, é preciso enxergar com profundidade que a violência é gerada no íntimo de cada um, na falta de amor e respeito pelo outro, seja ele semelhante ou não. Até hoje educamos intelectualmente nossos pequenos, é preciso entender que a educação não consiste em colocar conceitos na cabeça dos meninos e meninas, a educação precisa transformar moralmente o homem. Usar o termo moralmente pode repercutir negativamente para aqueles que associam a questão moral as  instituições religiosas, mas a moral existe em estado latente em cada ser humano, esperando o adubo e a  água da boa educação para florescer. É chegado o momento que não dá mais para fecharmos os olhos, ouvidos para os gritos de desespero que ecoam na sociedade, estamos todos doentes, alguns pela doença da brutalidade física outros pela doença da indiferença, alguns pela doença da cobiça e por ai vai a lista imensa de flagelos que atingem as sociedades, não sendo exclusividade dos países em desenvolvimento ou miseráveis. A condição de egoísmo não está ligada a condição financeira do individuo mas a sua condição espiritual, ao atraso em que se vive no mundo íntimo e que reflete no mundo externo.
É urgente a necessidade de educarmos para o amor as nossas crianças e fazemos o trabalho de reeducação de nós adultos, precisamos rever conceitos e extirpar preconceitos. As ferramentas para essa educação inicia-se por uma tomada de consciência a respeito do nosso eu, de quem somos nós e o que estamos oferecendo ao mundo.
Cuidar dos nossos sentimentos e ajudar nossos filhos, sobrinhos, primos, todas as crianças a cuidarem do deles, mostrar como fazer para ser mais solidário, como ser fraterno, como respeitar os animais, a natureza e principalmente como se deve respeitar o semelhante. Os pequenos, que são o futuro das sociedades atuais, precisam enxergar o nosso esforço por ser melhor e tornar o mundo a nossa volta melhor. São nos pequenos gestos, nas pequenas atitudes do dia a dia que eles irão moldar a sociedade do futuro, não será necessário uma revolução com armas ou um estrondoso Armagedon, mas muito amor, amor que nos faça transpor os umbrais das nossas casas e ir ao encontro do outro. A cada lixo não jogado na rua, a cada gesto de ternura entre meninos e meninas, a cada divisão de tarefas dentro do lar sem privilegiar os meninos em detrimento as meninas, a cada exemplo de diálogo respeitoso que observem dos adultos a sua volta, as crianças vão aprendendo que amar vale muito apena.
Educar para o amor é ter como principio que não devemos agir com o próximo da maneira como não gostaríamos que agissem conosco.
O tempo urge, precisamos reformular a educação e trabalhar incessantemente para mudar o que se encontra estabelecido atualmente, causando dor e horror a todos nós.
Quanto as nossas meninas e meninos, representados atualmente pela adolescente-mãe que foi brutalmente violentada, peçamos a Deus proteção e consolo até que possamos olhar para trás e perceber que a mudança já começou e que outras meninas e meninos poderão seguir seus caminhos sem medo da brutalidade, pois esta foi substituída pela singela flor da fraternidade e do respeito.

(Patrícia Freitas, NEIGB)

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CAPACITAÇÃO DE EVANGELIZADORES 2016

No domingo, dia 10 de janeiro de 2016, foi realizada a Capacitação de Evangelizadores, organizada pelo DIJ do Núcleo Espírita Ismael Gomes Braga, com a participação aberta a todos os interessados na tarefa luminosa de conduzir à Jesus crianças, jovens e adultos. Estiveram presentes diversos trabalhadores de outras instituições, o que abrilhantou o acontecimento.

A capacitação iniciou as 09h00 estendendo-se até as 15h30, proporcionando a todos, momentos de reflexão, aprendizado, e muita luz. Desejamos a todos que nos felicitaram com sua participação, que possam responder com um enorme "SIM!", à pergunta feita pelo Mestre Jesus, a ecoar em todos os tempos:
     - Quereis ser meus discípulos?
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MATERIAL APRESENTADO NA CAPACITAÇÃO DE EVANGELIZADORES 2016
Um extenso material didático foi entregue a cada instituição que participou da capacitação de Evangelizadores 2016, gravado em CD. Este material estará sendo disponibilizado gradativamente neste espaço.

A Pedagogia do Cristo
Alexandre Rocha
A recente desencarnação de um dos maiores pedagogos da atualidade, Paulo Freire, e a reavaliação de sua obra dá-nos oportunidade para fazer um paralelo entre a sua proposta pedagógica, malgrado suas posições ideológicas vinculadas ao materialismo histórico, e a proposta pedagógica do Cristo. Buscou Paulo Freire, no que chamou de "pedagogia do oprimido", título não só de seu método pedagógico, mas também de sua principal obra, provocar o processo de alfabetização (leitura do texto escrito) através da análise social do indivíduo em seu meio (leitura social). Em sua proposta pedagógica, o indivíduo deve aprender a ler o texto escrito tendo, antes, aprendido a ler a realidade social em que vive. Se há discussões em relação ao potencial transformador que esse processo pode provocar, são inquestionáveis os resultados práticos da pedagogia do oprimido. Mas, se não buscou intencionalmente nas fontes cristãs as bases de sua teoria, nem por isso deixam elas de lá se encontrar, redigidas pelos dois primeiros pedagogos cristãos, Paulo e João (excluído, obviamente, o Cristo, pela ausência de um texto seu), cada um interpretando a sua maneira os ensinos de Jesus. Estaremos neste artigo estudando especificamente o texto joanino, que nos apresenta um Cristo preocupado em, a partir da apresentação da necessidade física ou situação social do indivíduo (leitura biológica e social), apresentar a sua verdadeira necessidade (leitura espiritual).
Vejamos os exemplos:
No capítulo 4 de seu evangelho, João relata que Jesus, ao retornar à Galiléia, atravessa a Samaria. Em Sicar, cansado, senta-se junto ao poço que se acreditava dado por Jacó a seu filho José. Diz o texto que era cerca de meio-dia. A apresentação do evangelista é mais do que didática. Ali estão os fatores motivadores da necessidade física: o cansaço da caminhada unido ao sol quente do horário, e ali também está a solução para o problema: a água do poço. A passagem é por demais conhecida para que necessitemos dizer que ele pediu da água a uma samaritana, tendo sido ouvido com estranheza pela interpelada. (Os samaritanos viviam às rusgas com os judeus, desde o retorno destes do exílio da Babilônia. O fato de Jesus ter procurado uma samaritana, tanto quanto utilizando a figura do samaritano na parábola que fala do amor ao próximo são também significativos exemplos de sua análise social.)
A partir da necessidade física, a sede, Jesus desenvolve a sua paidéia (processo educativo), despertando a atenção do educando para a leitura espiritual: nós também temos necessidades não-físicas (e muito mais importantes que estas) e a satisfação dessas necessidades está no entendimento da mensagem que o Cristo estava a trazer. Ou não foi isso que ele quis dizer no texto relatado por João 4,10.13-14:
"Se conhecesses o dom de Deus e quem é que te diz: Dá-me de beber, tu é que lhe pedirias e ele te daria água viva! [...] Aquele que bebe desta água (água do poço) terá sede novamente; mas quem bebe da água que eu lhe darei, nunca mais terá sede. Pois a água que eu lhe der tornar-se-á nele uma fonte de água jorrando para a vida eterna".
A perfeição da analogia dá aos que o ouvem condições de fazerem a leitura espiritual. A partir desse momento, ele fala de sua mensagem não só à samaritana, mas a toda população de Sicar.
Outra passagem significativa para avançarmos em nossa análise é a célebre multiplicação dos pães, quando, após falar ao povo às margens do mar da Galiléia, vendo a multidão faminta, Jesus a atendeu em sua necessidade biológica, saciando a fome da massa a partir de apenas cinco pães e dois peixes (Jo 6:1-14). No dia seguinte retorna o Rabi a Cafarnaum para onde também segue a multidão. Lá o encontram e ouvem o discurso que viria justificar a atitude do dia anterior (Jo 6:26.34.51):
"Vós me procurais não por terdes visto sinais, mas porque comestes pão e vos saciastes. Trabalhai não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que perdura até a vida eterna, alimento que o Filho do Homem vos dará. [...] Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim, nunca mais terá fome e o que crê em mim nunca mais terá sede. [...] Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente."
Pouco depois, João nos traz mais um exemplo da pedagogia do Cristo (Jo 9:1-5): em Jerusalém, é-lhe apresentado um cego de nascença junto à piscina de Siloé, e Jesus não perde a oportunidade para mais uma analogia. Ali estava alguém que não podia ver a luz:
"Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo".
Dizendo isso, cospe na terra e a lama que se forma é colocada sobre os olhos do cego que, ao lavá-los na piscina, retorna vendo. Novamente a partir do que o povo considerava um milagre, o Cristo desperta a atenção do público para ouvir a sua mensagem, sempre em analogia ao fenômeno realizado.
Ainda outra vez o Cristo se utiliza desse expediente. Seguindo à cidade de Betânia (Jo 11:17-44), Jesus vai ao encontro de Lázaro, morto já há quatro dias. Interpelado, ainda no caminho, pela família por não ter chegado a tempo de impedir a morte de Lázaro, ele se utiliza de mais uma analogia para despertar a atenção do público para a sua mensagem:
"Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá. E quem vive e crê em mim jamais morrerá."
Dito isto, segue até a gruta em que Lázaro fora colocado e, em passagem por demais conhecida de todos, trá-lo de novo à vida.
Vemos, pois, o Cristo diante da situação de sede, junto à samaritana, afirmar "Quem beber da água que lhe darei nunca mais terá sede". Ao se defrontar com a fome do povo, ele diz: "Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim, nunca mais terá fome". Perante o cego, o Cristo fala: "Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo". E,diante de Lázaro morto, conclui: "Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá".
Realizando seus “milagres”, além de exemplificar o amor ao próximo e atender às necessidades daquele povo sofrido, o Cristo aproveitava para, em sua pedagogia da libertação espiritual, ensinar o caminho para o que chamou de “Reino dos Céus”. Os resultados que até hoje observamos demonstram a excelência de seu método.

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Os Novos Apóstolos
Analisando a vida dos apóstolos e discípulos de Jesus, encontramos homens e mulheres simples, com suas falhas a serem desenvolvidas, com dúvidas a respeito das palavras do mestre, muitas vezes entravam em atrito entre si, caminhando vacilantes, mas enquanto Jesus esteve entre eles, vez por outra era preciso apaziguar os ânimos, motivá-los a seguir adiante e acreditar em si próprios. Apesar das dificuldades íntimas que eles traziam e das grandes dificuldades na propagação da boa nova, eles tomaram para si a tarefa e atuavam em um único objetivo, coesos.
E, vencida algumas das imperfeições que traziam, suplantaram as dificuldades e divulgaram a boa nova, em palavras e ações. Nem mesmo a morte os deteve, foram além de si mesmo e fizeram o evangelho de Jesus viver através deles. Morreram muitos de forma violenta, outros foram exilados da sociedade, mas mesmo assim mantiveram-se unidos em prol da causa do Cristo e venceram o mundo! É admirável o quanto amavam a Jesus e ao Evangelho e nada os deteve...
Olhando para esses homens e mulheres, pergunto a mim mesmo, o quanto eu seria capaz de enfrentar e passar por amor à obra de Deus que é a evangelização dos homens. Muitos são os exemplos deixados pelos apóstolos, quando superaram a si mesmos para amar aqueles que os feriram e imolaram e com isso divulgar a Boa Nova, são exemplos de fé, coragem, perseverança, bom ânimo, esses homens e mulheres foram importantíssimos para que o evangelho se espalhasse de forma organizada, orientada e dentro dos padrões por Cristo ensinado.
E nós? O quanto estamos dispostos a fazer pela obra de redenção que atualmente está em nossas mãos? O quanto amamos a causa? O que seremos capazes de enfrentar por amor à tarefa de evangelizar? Como estamos nos preparando para exercer esse mandato?
Irmãos, tenhamos a coragem dos primeiros discípulos, que mesmo exilados ou perseguidos seguiram adiante na tarefa de evangelização da humanidade. Possamos compreender que está em nossas mãos um trabalho da mais alta envergadura moral, que é , assim como os apóstolos do passado fizeram, iluminar as mentes juvenis que irão habitar a nova terra prometida, o mundo de regeneração. E nós, apesar das dificuldades íntimas ou incompreensões dos que conosco convivem, somo na atualidade os condutores da implantação do reino de Deus na Terra.
Avante! Fomos convidados pela voz suave e terna do Mestre Jesus – Quereis ser meus discípulos?

Patricia Freitas- 06.01.2016
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Alguns Equívocos da Prática Pedagógica na Evangelização

Jesus, o grande pedagogo, deixou-nos em seus ensinamentos, diretrizes para todas as situações da vida.
“Ide e ensinai a todas as gentes”. Com essa mensagem Jesus exorta seus discípulos a pregar e ensinar.
E quando disse: “Não se põe a candeia debaixo do alqueire”, Jesus alerta a todos para a responsabilidade na difusão do saber.
Referimo-nos a esses ensinamentos a fim de solicitar aos evangelizadores a reflexão sobre as responsabilidades dos que se propõe a levar o Evangelho de Jesus aos corações das crianças e jovens.
Em evangelização espírita, a prática do amor é a condição primordial para a execução da tarefa e a auto- avaliação evitará que o evangelizador cometa equívocos que prejudiquem o grande alcance desse trabalho.

Registramos alguns equívocos cometidos na prática da evangelização:

a) com o pretexto de atualizar-se, estudar obras variadas, deixando de lado as obras da Codificação Espírita;

b) analisar com seus alunos temas de interesse dos jovens, explorando os aspectos biológicos, psicológicos ou sociais, sem estudá-los à luz da Doutrina Espírita;

c) acreditar sempre que a ajuda espiritual poderá suprir o planejamento de ensino e a preparação adequada do evangelizador;

d) expor a Doutrina Espírita de maneira sofisticada e apresentando teorias científicas do mais alto raciocínio, afastando de suas aulas aqueles que possuem menos conhecimento;

e) esquecer-se de relacionar o conteúdo doutrinário com as experiências de vida de seus alunos.

f) ausentar-se dos grupos de estudo da Doutrina Espírita, acreditando já possuir conhecimentos suficientes;

g) desvalorizar as experiências pedagógicas concretas, sem o devido exame, por preconceito ou autossuficiência.

Lembremo-nos que “do nada, nada se tira”. “Tudo o que germina, germina d’uma semente”.
“Não podemos esperar que aflorem na alma da mocidade qualidades nobres e elevadas sem que, previamente, tenhamos feito ali a sua sementeira”.
“A sementeira do bem e da verdade, do amor e da justiça nunca se perde. Sua germinação pode ser imediata ou remota, porém jamais falhará”. “A obra da redenção humana é obra de educação”.

Fonte: Federação Espírita Brasileira,  Departamento de Infância e Juventude, Campo Experimental de Brasília.

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Características Necessárias Para o Eficiente Estudo da Doutrina Espírita
Publicado em agosto 14, 2013
  “A verdadeira Doutrina Espírita está no ensino que os Espíritos deram, e os conhecimentos que este ensino comporta são muito graves para serem adquiridos de outro modo que não seja por um estudo perseverante, feito no silêncio e no recolhimento: somente nessa condição se pode observar um número infinito de fatos e particularidades que escapam ao observador superficial e permite firmar uma opinião.” Allan Kardec, Introdução ao estudo da Doutrina Espírita, XVII item.
Todo estudo proficiente de determinado assunto exige atributos de seu discípulo.
Para poder julgar válida ou não a proposta Espírita e compreendê-la com qualidade é necessário ao neófito um esforço pessoal e qualidades que precisam ser buriladas individualmente, sob o risco de, se assim não for, julgá-la de forma superficial, preconceituosa, incompleta, sem o conhecimento adequado para tal.
Não é requisito ter dotes de inteligência superior ou instrução extrema, mas sim o uso adequado do bom senso, aliado à boa vontade de se instruir.
Para um estudo sério e de bom proveito são necessárias, além de escolher a obra certa para iniciá-lo – O Livro dos Espíritos, a obra-base da Codificação – algumas características que podem ser adquiridas pelo estudante:
1) Continuidade, pois toda nova ciência a ser estudada deve ser iniciada pelos seus princípios. Deve-se começar pela base até chegar às informações mais profundas. A continuidade implica em atenção, seriedade e seqüência. Qualquer hiato neste estudo poderá comprometê-lo e torná-lo ineficiente.
2) Regularidade, que se traduz em uma metodologia e uma agenda regular de estudo. Não é possível estudar seriamente se não tivermos um momento periódico, seja ele diário ou semanal, aliado a um método adequado, para este fim. A seqüência cronológica das obras de Kardec é um excelente roteiro de estudo. Começando por O Livro dos Espíritos (ou o opúsculo O Que É o Espiritismo), continuando em O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno, concluindo com A Gênese. É recomendável, posteriormente, o estudo da coleção A Revista Espírita e Obras Póstumas.
Sem disciplina e boa vontade é praticamente impossível dar seqüência a qualquer estudo sério. É claro que este estudo completo é indicado para quem quer se aprofundar no conhecimento espírita, para os que desejam primeiramente conhecê-la basta o estudo de O Livro dos Espíritos.
3) Recolhimento é outro fator imprescindível, aliado à concentração. É a dedicação ao tema estudado, sem distrações. É uma postura interior onde o foco, a mente é fixada nesses objetivos. Significa, também, não somente ler, mas refletir sob o tema estudado, deixando naquele instante outras preocupações. Enquanto estamos concentrados permanecemos aptos para captar também as informações que nos chegam por inspiração dos Bons Espíritos.
Para apurar a concentração é necessário fazer exercícios, eliminando a tendência do pensamento dispersivo: é a disciplina do pensamento, a capacidade de focalizar em um determinado ponto, colocando total interesse naquele assunto.
Estudar em profundidade é uma qualidade que precisa ser desenvolvida. Quando se experiencia o estudo profundo de um assunto, aprende-se a mergulhar também com seriedade em outras áreas. Deixa-se de ser superficial (saber quase nada sobre quase tudo), para se tornar profundo (saber quase tudo sobre quase nada). Na realidade, os dois conhecimentos são importantes, mas para realmente saber Doutrina Espírita, é necessário um aprofundamento nos seus conceitos.
Existem duas formas de estudar a Doutrina: sozinho ou em grupo. Verdadeiramente, as duas são fundamentais e complementares. Estudar sozinho facilita a questão do horário de estudo, da dinâmica e da velocidade empregada. Como ponto negativo, sozinho, a compreensão se torna limitada a apenas uma idéia e as dúvidas ficam sem solução. Em grupo, organiza-se uma agenda pré-estabelecida, discute-se idéias, chega-se a conclusões em conjunto, um aprende com o outro e facilita-se o entendimento. Em grupo o limite é a questão do horário; enquanto que sozinho pode e deve-se estudar em diversos horários, o grupo geralmente fica limitado a 60 ou 90 minutos semanais. Portanto o ideal é praticar as duas modalidades de estudo, não negligenciando nenhuma delas.
Fonte: Seminário Introdução ao estudo da Doutrina Espírita, com Cosme Massi.

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EDUCAÇÃO ESPÍRITA INFANTO-JUVENIL
   e Sua Importância na Formação da Sociedade do Terceiro Milênio



“ Deixai vir a mim as criancinhas … ”
                                                                               Jesus   


Claudia Werdine
Tema:  A Educação Espírita Infanto-Juvenil, sua importância, finalidade...


Objetivos:
a) Geral:
·         Divulgar a importância da Evangelização Infanto-Juvenil no processo de construção de um mundo melhor.

b) Específicos:
·         Sensibilizar pais, evangelizadores, frequentadores e dirigentes espíritas para a importância e necessidade de evangelizar crianças e jovens;

·         Envolver e orientar os dirigentes e freqüentadores das Casas Espíritas quanto à importância de se realizar o trabalho de evangelização da infância e juventude para a educação integral do ser humano.

Conteúdos:
1) Fundamentos da Educação:
. O que é Educação?
.  Finalidade da Educação
.  Instrução x Educação
.  Educação Integral

2) O Espiritismo e a Educação Integral do Ser Humano
     . Evangelização Espírita e sua importância
     . Objetivos
     .  Elementos Fundamentais:
a)      a criança / o jovem
b)      o evangelizador / o educador
c)      a família
d)     a casa espírita
e)      o conteúdos de ensino (programa/currículo/metodologia)
           f) a avaliação

Considerações Finais

Bibliografia
                        FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO


. O que é Educação?

                    A Educação convenientemente entendida constitui a chave do progresso moral. Quando se conhecer a arte de manejar os caracteres, como se conhece a arte de manejar as inteligências, conseguir-se-á corrigi-los, do mesmo modo que se aprumam as plantas novas...
                                            Allan Kardec

          Educação é toda influência exercida por um Espírito sobre outro, no sentido de despertar um processo de evolução. Essa influência leva o educando a promover autonomamente o seu aprendizado moral e intelectual. Trata-se de um processo sem qualquer forma de coação, pois o educador apela para a vontade do educando e conquista-lhe a adesão voluntária para uma ação de aperfeiçoamento. Educar é pois elevar, estimular a busca da perfeição, despertar a consciência, facilitar o progresso integral do ser.                                                     
                                                                                         Dora Incontri

     O amor verdadeiro é sempre educativo e a Educação verdadeira é sempre um ato de amor, numa relação intrínseca e indissociável.

     Essa relação educativa pode se dar em qualquer relação humana. Não ocorre apenas entre o adulto e a criança. Pode ser até invertida: uma criança pode educar um adulto, na medida em que, sendo um Espírito mais evoluído, produza uma influência benéfica sobre ele. Um verdadeiro líder religioso ou político é um educador, quando provoca uma transformação positiva em seus seguidores. Um amigo mais consciente espiritualmente pode educar outro amigo. Uma esposa educa o marido ou vice-versa. Todas as vezes que alguém desperta algum bem no outro, se dá um ato de Educação – tenham disso os protagonistas consciência ou não.
      Por isso, a Educação é um compromisso de todo dia e instante, através do nosso exemplo e atuação.








. Finalidade do Processo Educativo

     A finalidade da Educação está embutida em seu próprio conceito: é ajudar o outro a evoluir. Esta meta está em consonância com a finalidade da vida universal. Tudo evolui para a perfeição. E está em harmonia com a finalidade particular da nossa existência na Terra: aqui reencarnamos para darmos mais um passo nessa jornada infinita da evolução.
     Assim, dentro dessa meta infinita de evolução, a Educação deve preencher as seguintes finalidades específicas:

a)      Subsidiar o Espírito no cumprimento dos compromissos assumidos ao reencarnar.
 Um Espírito, por exemplo, que na última encarnação foi um malfeitor, atrasado moral e intelectualmente, não poderá na atual existência se tornar um modelo de perfeição e sabedoria. Se a Educação lhe proporcionar meios de se tornar uma pessoa mais honesta, trabalhadora, crente em Deus já terá feito muito, embora possa ainda conservar inúmeros traços de rudeza e ignorância.

b)     Semear verdades e virtudes ao educando com vistas à sua caminhada rumo à eternidade.

c)      Formar novos educadores.
O homem bem educado é necessariamente um educador.

“ Se o sábio não ajuda ao ignorante, a educação redundará em mentira perigosa.”   
                                                                                 Emmanuel


       Uma questão importantíssima ao tratarmos da Educação é nos indagarmos até que ponto ela tem poder. Se dissemos anteriormente que educar é amar e vice-versa, o poder da Educação não é proporcional ao autoritarismo, a chamada “ imposição de limites”, a coação violenta.    Esses
não são métodos do amor, pois o amor reconhece a dignidade do outro, respeita sua liberdade individual. O poder da Educação, assim, é proporcional à grandeza do amor do educador pelo educando, à sua capacidade de renúncia e doação, ao seu interesse legítimo pela felicidade do outro, ao seu desinteresse por recompensas de qualquer espécie, mesmo afetivas e à força do exemplo vivo.

“ Nas bases de todo programa educativo o amor é a pedra angular. Jesus é o Mestre por excelência: ofereceu-se-nos por amor, ensinou até o último instante, fez-se o exemplo permanente aos nossos corações e nos paradoxismos da dor, pregado ao madeiro ignominioso, perdoou-nos as defecções de maus aprendizes.”
                                                                                  Bezerra de Menezes



 . Instrução x Educação

          É preciso não confundir instrução com educação. A educação abrange a instrução, mas pode haver instrução desacompanhada de educação.
         A instrução é mais especialmente a aprendizagem da ciência, a educação é a aprendizagem da vida; a instrução desenvolve o talento, a educação forma o caráter. A missão da educação é mais elevada, mais dificil a sua arte.
        Instruir é ilustrar a mente com certa soma de conhecimentos sobre um ou vários ramos científicos. Educar é desenvolver os poderes do espírito, não só pela aquisição do saber, como especialmente na formação e consolidação do caráter.
       O intelectualismo não supre o cultivo dos sentimentos. “Não basta ter coração, é preciso ter bom coração,” disse Hilário Ribeiro,  educador emérito, nascido no Brasil no séc.XIX.
       Todos os problemas do momento atual se resumem em uma questão de caráter: só pela educação podem ser solucionados.
       Demasiada importância se liga às várias modalidades do saber, descurando-se o principal: a ciência do bem.
       Os pais geralmente se preocupam com a carreira que os filhos deverão seguir, deixando-se impressionar pelo brilho e pelo resultado utilitário que de tais carreiras possam advir. No entanto, deixam de atentar para a questão fundamental da vida, que se resolve em criar e consolidar o caráter. Antes de tudo, e acima de tudo, os pais devem cuidar da educação moral dos filhos, delegando a cada um a escolha da profissão, como um dos componentes necessários à sua caminhada evolutiva.
     A crise que assoberba o mundo é a crise do caráter, responsável por todas as outras.
     O momento reclama a ação de homens éticos, honestos, escrupulosos, possuídos do espírito de justiça e compenetrados das suas responsabilidades.
      Temos vivido sob o despotismo da inteligência. Cumpre sacudir-lhe o jugo fascinador, proclamando o reinado do caráter, o império da consciência, da moral e dos sentimentos.

“ É pela Educação, mais do que pela Instrução que se transformará a Humanidade.”              
                                                                                   Allan Kardec


. Educação Integral

       Um fator vital em nossa própria busca por evolução é o equilílbrio entre os diversos aspectos do nosso desenvolvimento. Sabemos que a intelectualidade sem amor nos conduz a abismos seculares e que o sentimento desvairado pode nos aprisionar na ignorância e no fanatismo. Sabemos também que, ao longo da nossa jornada evolutiva, devemos desenvolver todas as nossas potencialidades – pensar (pensamento), sentir (sentimento) e fazer (vontade) - e alcançarmos a condição de anjos em todas as virtudes e de sábios em todas as ciências.
      Educar, assim, tanto para os fins da existência presente, quanto para as nossas metas eternas, deve ser uma ação que desperte de maneira equilibrada e integrada todas as forças da alma. A Educação deve se dirigir ao sentimento e instrução à inteligência, para formar pessoas saudáveis da alma e do corpo.
     Pestalozzi, que se preocupava bastante com o aspecto global e equilibrado que deve ter a Educação, resumiu a questão na sua famosa tríade: educar o coração, a cabeça e as mãos. Por educar o coração, entendia fazer brotar o amor a Deus a ao próximo; como educar a cabeça, referia-se à formação da inteligência, não no sentido de entupir a memória com informações, mas de desenvolver o ímpeto de observar, analisar, deduzir e pensar; e, afinal, educar as mãos era para ele tanto estimular atividades manuais e o trabalho em geral, quanto cultivar a agilidade, a saúde e a harmonia do corpo.
       Para melhor entendermos a importância de uma educação integral, observemos os pássaros que voam rumo ao infinito. Somente o desenvolvimento harmônico das duas asas, possibilita um vôo seguro e tranqüilo. Assim também somos nós, pássaros em viagem rumo à eternidade. Somente conseguiremos voar com segurança se mantivermos nossas asas, ou seja, a asa da instrução e a asa da educação moral, em perfeito equilíbrio e a isso damos o nome de Educação Integral.




  
O ESPIRITISMO E A EDUCAÇÃO INTEGRAL DO SER HUMANO


“O Espiritismo expressa, antes de tudo, obra de educação, integrando a alma nos padrões do Divino Mestre.”
                                                                                         André Luiz

“ A educação da infância é a maior obra do Espiritismo.”
                                                                               Leopoldo Machado
   
       Espiritismo e Educação – Doutrina eminentemente racional, o Espiritismo dispõe de vigorosos recursos para iluminar a educação com uma filosofia que transpõe todos os imediatismos, que transcende a todos os limites, que descortina os mais amplos horizontes, que atende aos mais nobres interesses e que possui um ideal capaz de impulsionar o verdadeiro progresso.
       E dilatando as fronteiras da educação, ao informar que ela exerce função nos dois planos da vida, concede-lhe maior abrangência, apontando objetivos de grande alcance e valor moral.
       Do ponto de vista espírita, a educação não começa no berço nem termina no túmulo, mas antecede ao nascimento e sucede à morte do corpo físico.
        É a ação constante, ininterrupta, que ajuda a modificar os seres, auxiliando-os na escalada evolutiva, rumo à perfeição, na esteira infinita do tempo.
       Aquele que se educa tem pela frente tempo suficiente para atingir o ideal da educação à luz do Espiritismo, pois persegue objetivos de longo curso e põe em ação todo o seu potencial com vistas ao alcance dos mais puros ideais de vida. Sabe onde vai . E quem sabe para onde se encaminha, por certo, dará passos mais seguros e contornará muitos obstáculos.
       As noções de imortalidade, de progresso contínuo, de livre-arbítrio, de lei de causa e efeito e de vidas sucessivas, mediante a reencarnação, nas quais se deve fundamentar a filosofia da educação que o Espiritismo revela, serão forças capazes de educar. Elas oferecem uma argumentação muito forte em favor da necessidade do progresso espiritual, por conter uma motivação, igualmente vigorosa, para a busca desse progresso.
       A Doutrina Espírita representa, hoje, elevada escola de educação do Espírito, a serviço de Jesus, com a grandiosa tarefa da edificação do Reino de Deus na Terra, reino este que se inicia no interior de cada um.


. Evangelização Espírita e sua importância


“ Evangelização espírita é Sol nas almas, clareando o mundo inteiro sob as constelações das estrelas dos Céus, que são os Bem-aventurados do Senhor empenhados em Seu nome, pela transformação urgente da Terra, em mundo de regeneração e paz.”
                                                                                    Amélia Rodrigues       

      
      O que se faz na área da infância e juventude sob a denominação de Evangelização Espírita Infanto-Juvenil é a difusão do conhecimento espírita e da moral evangélica pregada por Jesus, que foi apontado pelos Espíritos Superiores, que trabalharam na Codificação, como modelo de perfeição para toda a Humanidade.
        Como a preocupação não é somente com a transmissão de conhecimentos, mas sobretudo com a formação moral; e como a formação moral se inspira no Evangelho, pareceu mais apropriada a denominação da Evangelização Espírita dada a esta tarefa, por expressar, na sua abrangência, exatamente o que se realiza em nossos grupamentos de crianças e jovens.
       O ensinamento espírita e a moral evangélica são os elementos com os quais trabalhamos em nossas aulas. Esses conhecimentos são levados aos alunos através de situações práticas da vida, pois a metodologia empregada pretende que o aluno reflita e tire conclusões próprias dos temas estudados, pois só assim se efetiva a aprendizagem real.

     Inútil improvisar escoras regenerativas para obrigar o endireitamento de árvores que envelheceram tortas. As escoras só asseguram o crescimento correto das plantas novas, evitando que seus caules se desviem do rumo certo.                                                            
                                                                                Guillon Ribeiro
                                                                   
     Assim ocorre também com os seres humanos. Depois que as pessoas consolidam tendências e as transformam em viciações, tudo fica muito difícil quando se cogita de reformas de procedimento, em sentido profundo.    
       Precisamos entender a Evangelização como sendo a melhor contribuição que pode ser oferecida ao espírito encarnado em seu processo evolutivo.
      Quem instrui, oferece meios para que a mente alargue a compreensão das coisas e entenda a vida.
     Quem educa, cria os valores ético-culturais para uma vivência nobre e ditosa.
     Quem evangeliza, liberta para a Vida feliz.
     A criança evangelizada torna-se jovem digno, transformando-se em cidadão do amor, com expressiva bagagem de luz para toda a vida, mesmo que transitando em trevas exteriores.
           
“ Criança que se evangeliza – adulto que levanta no rumo da felicidade porvindoura.”
                                                                                 Bezzera de Menezes


. Objetivos

       “ Entre as leis divinas, umas regulam o movimento e as relações da matéria bruta: as leis físicas, cujo estudo pertence ao domínio da Ciência.
           As outras dizem respeito especialmente ao homem considerado em si mesmo, nas suas relações com Deus e com seus semelhantes. Contêm as regras da vida do corpo, bem como as da vida da alma: são leis morais.
                                                                  Livro dos Espíritos – pergunta 617


       “ O conhecimento de si mesmo é, portanto, a chave do progresso individual.”
                                                                 Livro dos Espíritos – pergunta 919

       “ O homem de bem respeita, enfim, em seus semelhantes, todos os direitos que as leis da Natureza lhes concedem, como quer que os mesmos direitos lhe sejam respeitados.”
                                                               Livro dos Espíritos – pergunta 918


       Com bases nestas informações, ficam estabelecidos como objetivos da Evangelização Espírita Infanto-Juvenil:

  • Promover a integração do evangelizando: consigo mesmo, com o próximo  e com Deus;

  • Proporcionar ao evangelizando o estudo: da lei natural que rege o Universo; da “natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal”;

  • Oferecer ao evangelizando a oportunidade de perceber-se como: ser integral, crítico, participativo, herdeiro de si mesmo, cidadão do Universo, agente de transformação de seu meio, rumo a toda perfeição de que é suscetível.

       Educar, pois, dentro da concepção Espírita não é só oferecer os conhecimentos do Espiritismo como também envolver o educando numa atmosfera de responsabilidade, de respeito à vida, de fé em Deus, de consideração e amor aos semelhantes, de valorização das oportunidades recebidas, de trabalho construtivo e de integração consigo mesmo, com o próximo e com Deus.


“É preciso cuidemos, portanto, da criança e do jovem, plantas em processo de crescimento, ainda amoldáveis e direcionáveis para o bem maior.” 
                                                                                 Leopoldo Machado
                                                 

. Elementos Fundamentais

a) Criança / Jovem
      
       A criança é um espírito criado por Deus, ora vivendo no plano espiritual, ora respirando num corpo material, como um espírito reencarnado, uma alma que recomeça uma nova existência na carne.
       Como ser espiritual, traz toda uma bagagem acumulada ao longo de sua trajetória evolutiva. Seu destino é toda perfeição de que é suscetível e, para isso, conta com o tempo necessário, pois seu esforço de aperfeiçoamento não se circunscreve, apenas, a uma existência terrena. No corpo e fora dele, dá continuidade ao seu aperfeiçoamento e à sua caminhada na conquista da felicidade.
       É preciso entendermos bem a função própria do período infantil, para avaliarmos a real importância da Evangelização Espírita Infanto-Juvenil.
       Afinal, por que Espíritos velhos, vividos, tantas vezes viciados em erros milenares, já donos de tantas experiências, precisam “entrar de novo no ventre da mãe” e se fazerem crianças outra vez?
A função educativa da reencarnação – como nova oportunidade de refazer o destino, de aprendizagens diversas e de resgate de faltas passadas – perderia o sentido se o Espírito não retornasse a um corpo infantil.
       Através desse processo de esquecimento e renovação da vida, ele pode construir uma nova personalidade, melhor e mais integral; pode resgatar seus débitos sem se ver continuamente oprimido pelo sentimento de culpa e vergonha por um passado tenebroso; pode conviver com inimigos, transformados em parentes e amigos, sem se dar conta disso, modificando sentimentos e refazendo relações; pode absorver elementos de novas culturas, aumentando sua bagagem universal.
       Mas a principal finalidade de o Espírito retornar em um corpo infantil é ser educado novamente. As impressões positivas que recebe durante a infância podem ser determinantes em sua existência atual e até em próximas vidas. Exatamente por causa do estado de semi-consciência do Espírito encarnado, num corpo infantil, suas barreiras de defesa psíquica estão neutralizadas: ele está brando, mais receptivo, mais maleável, mais aberto a todas as influências ...
       Daí a importância da Evangelização Espírita, pois evangelizar é preparar o ser humano para enfrentar todos os momentos e adversidades da vida nos postulados do Evangelho. É o único meio de cultivar no Espírito da criança, desde o alvorecer da vida, o entendimento da prática das boas obras, a aquisição da moral e do saber, para que ela atinja o crepúsculo físico consciente de suas conquistas espirituais, conhecendo a si mesma e situando-se no Universo como colaboradora da Divindade Suprema.
       Sob a ótica da Doutrina Espírita, devemos entender que, na juventude, o indivíduo já deixou de ser criança, mas ainda não é adulto. Ele está numa outra fase de seu desenvolvimento, etapa difícil, marcada por mudanças de ordem biológica, psicológica, social e necessita, mais do que nunca, de orientação e amparo para que possa ficar bem consigo, com o próximo e com Deus. A adolescência é, como as demais fases do desenvolvimento humano, de grande importância para o espírito que se está preparando para, ao assumir sua verdadeira identidade, efetuar uma verificação de seus valores individuais e definir-se enquanto ser eterno.
      No jovem, ainda é possível corrigir, compensar falhas e deficiências da infância, mas no adulto a tarefa de remodelação é normalmente muito mais difícil.
       O homem será o que da sua infância se faça.
       A criança incompreendida, resulta no jovem revoltado e este assume a posição de homem traumatizado, violento.
       A criança desdenhada, ressurge no adolescente inseguro que modela a personalidade do adulto infeliz.
       A criança é sementeira que aguarda, o jovem é campo fecundado, o adulto é seara em produção.
       Conforme a qualidade da semente, teremos a colheita.
       Saibamos cuidar de nossos jovens, orientando-os na estruturação do caráter e da personalidade, sob as diretrizes dos ensinamentos do Cristo à luz da Doutrina Espírita e estaremos assim, contribuindo para a formação de adultos mais equilibrados e conscientes de suas responsabilidades diante da construção do Mundo do 3º. Milênio.


b) Evangelizador / Educador

       A figura do evangelizador é de importância fundamental na Evangelização. Ele é o pólo de energia emuladora que criará o ambiente ideal para o trabalho. Suas palavras, seus gestos, seus pensamentos e sentimentos são extremamente importantes no processo educativo. Será ele que propiciará as atividades adequadas para que ocorra a interação da criança com o meio físico e espiritual, permitindo que ela vivencie as atividades, a fim de construir seu próprio futuro.
       Para a execução desta tarefa de tão grande responsabilidade, os evangelizadores espíritas, cada vez mais conscientizados da importância do seu trabalho, estudam a Doutrina Espírita, aprofundando conhecimentos doutrinários; e se aperfeiçoam ou se preparam em técnicas de ensino, para melhor atender às exigências do processo ensino-aprendizagem.
      Aliás, a única exigência, em termos de conhecimento, que se deve fazer em relação ao preparo daquele que se propõe evangelizar, é a do domínio prévio do Espiritismo. Quem não tiver este domínio não está em condições de atender aos objetivos da tarefa, ainda que possuidor de grande boa vontade. Esta é uma maneira de assegurar o cumprimento dos objetivos propostos para a Evangelização Espírita das novas gerações.
       A falsa concepção de que o candidato a evangelizador, tendo boa vontade, dispensa os conhecimentos doutrinários tem causado muitos prejuízos à eficiência do trabalho.
    Além do mais, a boa vontade se manifesta exatamente pelo esforço que o candidato faz para adquirir os conhecimentos que são indispensáveis ao seu ministério. Boa vontade de aprender, de se aprimorar, de enriquecer seus recursos pessoais (intelectuais e afetivos), esta sim, seria uma qualidade básica para outras aquisições que venha a conquistar.
       Devemos ressaltar que não basta somente ser um profundo conhecedor do Espiritismo para ser um evangelizador, é preciso também um amor infinito, aliás, segundo Pestalozzi, o amor é o eterno fundamento da educação. O amor é condição sem a qual não se pode promover a Evangelização Espírita das novas gerações. Amor este que nos leva a trabalhar, diariamente, nossa reforma íntima, pois o evangelizador espírita deve ser aquele que, antes de falar, exemplifica; antes de teorizar, sente e antes de ser um educador, é um ser humano.
       O amor pressupõe renúncia, dedicação, fé, perdão sincero, perseverança, entre outros sentimentos de igual valor, para que se concretize a obra de educação dele fundamentada.
       Quando, como educadores, começamos a enumerar dificuldades, obstáculos instransponíveis, problemas pessoais e cinscunstâncias impeditivas à completa realização da nossa tarefa, significa que é o momento de meditarmos em nossos compromissos espirituais e na possibilidade que temos de melhoria da nossa capacidade de sentir (amar), de fazer e de pensar.
       Toda atividade, para ser bem desempenhada, deve ser antecedida de um aprendizado especifico.
       Nem todos os que têm um amplo e bem fundamentado conhecimento doutrinário são bons evangelizadores. O mesmo vale para os que têm muito amor para oferecer. Amor e conhecimento doutrinário são, de fato, imprescindíveis para um bom desempenho da tarefa, mas ainda assim não atingem o seu cerne, ou seja, seu núcleo, no que ela tem de mais específico. Para que seja bem executada, é necessário que o evangelizador entenda daquilo que está fazendo, ou seja, saiba como se dá o processo de ensino e aprendizagem.
       “A primeira tarefa da educação é ensinar a ver...” diz Rubem Alves. “É através dos olhos que as crianças tomam contato com a beleza e o fascínio do mundo...” As crianças precisam vivenciar de maneira intensa os conceitos oferecidos pelos evangelizadores, interelacionando com suas experiências pessoais, para que entendam e assimilem estes conceitos. Não importa a área do conhecimento, nem o nível dos aprendizes. O método interativo de partir do particular para chegar ao geral é um otimo auxiliar na formação de conceitos. Sua riqueza reside no fato de valorizar o conhecimento prévio do aprendiz. Na prática, consiste em fazê-lo caminhar através de um processo indutivo; do particular para o geral.
       A propósito, foi exatamente dessa forma que o Codificador organizou, por exemplo, O Livro dos Espíritos. Partiu dos fatos observado para chegar a uma sistematização do saber.
      Mas... não seria somente o conhecimento doutrinário, o amor, a metodologia ... também é importante a alegria, a boa disposição, o entusiasmo. A alegria contagia...


d) Família

      Cabe aos pais a responsabilidade inicial da educação do Espírito encarnado.
       O lar deve ser o cenário onde o indivíduo possa sentir-se plenamente confiante, aceito e amado, onde possa expor seus conflitos mais íntimos com sinceridade, sem medo de perder a compreensão dos familiares, onde possa desabafar seus problemas e dialogar com profundidade com os que lhe são afins. A família tem que ser o esteio de sua auto-educação. O exemplo edificante, o ambiente moral, as vibrações amorosas do lar serão determinantes na existência presente e na vida imortal.
       É na família, que podemos e devemos em primeiro lugar conquistar e exercitar virtudes fundamentais, como altruísmo, paciência, amor ao próximo e ao mesmo tempo o empenho de contribuirmos para o progresso do outro. Trata-se, pois, de um cenário permanente e fecundo para a Educação do Espírito.
       Não há colégios, por mais modernizados e modelares, que possam fazer as vezes dos ambientes domésticos.
      Regimes de internatos, quaisquer que sejam, não se sobrepõem, em normas disciplinares e critério de funcionamento, aos salutares princípios de família.
       Professores particulares e explicadores contratados para aulas individuais, ainda que, muito competentes, nunca exercerão maior e tão decisiva influência no ânimo e âmago dos pupilos que seus próprios pais.
       Cursos de extensão cultural, de especializações e aperfeiçoamentos técnicos, dotando embora o intelecto de sólido cabedal, não oferecem à mente o mesmo material educativo qual o que lhe é fornecido pelas lições no recesso dos lares.
       Tratados, livros e autores da mais alta expressão cultural, facultando luzes ao cérebro, não valem a palavra maternal repassada de ternura e prudência, nem substituem a voz da experiência do pai que amadureceu nas árduas contingências e vicissitudes da Vida.
     Babás e governantas, por muito compenetradas e solícitas que se mostrem, jamais sobrepujarão as mães em desvelos e carinho, no exemplo e na autoridade, na força moral e no sentimento de abnegação, na influência do afeto e no poder do coração.
       Isto é que importa saibamos: não podemos passar procuração a ninguém para educar nossos filhos e não há dinheiro que lhes faculte adquirir as virtudes e os valores que formam a estrutura dos homens de bens.
       Se os desejamos, além de preparados e cultos, bons e simples, compreensíveis e cristianizados, é imperioso façamos no nosso Lar o primeiro templo de Saber e de Iluminação Espiritual, para que eles possam demonstrar aos outros, em nossa presença ou ausência, o que aprenderam conosco (porque nos viram fazer) portas adentro do santuário doméstico.
       Pai e mãe, em sã consciência, não podem ser omissos no trabalho de Educação espírita dos seus filhos e ...  jamais deverão descuidar de aproximar seus filhos dos serviços da evangelização, em cujas abençoadas atividades se propiciará a formação espiritual  da criança e do jovem diante do porvir. Há pais espiritas que, erroneamente, têm deixado em nome da liberdade e do livre-arbítrio, que os filhos avanvem na idade cronológica para então escolherem este ou aquele caminho religioso ... Tal medida tem gerado sofrimento e desespero, luto e mágoa, inconformação e dor. Porque, uma vez perdido o ensejo educativo na idade propícia à sementeira evangelica, os corações se mostram endurecidos ..., desperdiçando-se valioso período de ajuda e orientação...
                                                          Bezerra de Menezes

       Enquanto na classe cabe aos evangelizadores a exposição teórica e exemplificação dos ensinamentos evangélico-doutrinários, ministrados metódica e sistematicamente, em suas gradações pedagógicas, no Lar, cabe aos pais a demonstração prática, a vivência diurna e real das lições, pelos exemplos que lhes cumpre dar, hora a hora, dia a dia, nos domínios da convivência.
       Fora, os filhos se instruem e se ilustram; em casa, porém, é que eles verdadeiramente se educam. Fora, eles ouvem o que devem fazer; em casa, eles vêem como se faz, por indução particular e pessoal, direta e própria, da conduta dos seus pais.
       Os jovens recebem informações e sugestões que surgem a todo instante e de todos os lados e, pela insegurança quanto às suas próprias definições, vêem-se inpulsionados a seguir aquelas que melhor atendem aos seus impulsos interiores, que sabemos, nem sempre são as melhores. Razão pela qual cumpre aos pais acompanhá-los em seu desenvolvimento, mantendo sempre o diálogo, o companheirismo e a atitude de respeito diante de suas inclinações e características individuais, mas apontando-lhes as vantagens e desvantagens de suas opções, ajudando-os a buscar equilíbrio e discernimento na sublimação das próprias tendências, consolidando maturidade e observação no veículo físico, desde os primeiros dias da mocidade, visando à vida perene do Espírito.


  “ Evangelho é sol nas almas, é luz no caminho dos homens, é elo abençoado para união perfeita.
     Evangelizemos nossos lares, meus filhos, doando à nossa família a bênção de hospedarmos o Cristo de Deus em nossa casas.
A oração em conjunto torna o lar um santuário de amor onde os Espíritos mais nobres procuram auxiliar mais e mais, dobrando os talentos de luz que ali são depositados.
Evangelizemos nossas crianças, espíritos forasteiros do infinito em busca de novas experiências, à procura da evolução espiritual.
Evangelizemo-nos, guardando nossas mentes e nossos corações na bênção dos ensinos sublimes.
Evangelizemos.
Os tempos são chegados, os corações aflitos pedem amparo, os desesperados suplicam luz.
Filhos, somente através do Evangelho vivido à luz da Doutrina Espírita encontrará o homem a paz, a serenidade e o caminho do amor nobre.
Acendamos a luz dos ensinos divinos para que a Terra se torne um sol radioso no infinito, conduzindo a Família humana integrada nos princípios da vida em hosana ao seu Criador.”

                                                                                  Bezerra de Menezes

d)     Centro Espírita

         Considerando-se, naturalmente a criança como o porvir acenando-nos agora e o jovem como o adulto de amanhã, não podemos,sem graves comprometimentos espirituais, sonegar-lhes a educação, as luzes do Evangelho de Jesus, fazendo brilhar em seus corações as excelências das lições do excelso Mestre com vistas à transformação das sociedades terrestres para uma nova Humanidade.
            Bezerra de Menezes

           O Centro Espírita é uma escola de almas e é imperioso se reconheça na evangelização das almas tarefa da mais alta expressão na atualidade da Doutrina Espírita. Alma, na definição encontrada em “O Livro dos Espíritos”, é o Espírito encarnado. Não há referência quanto à idade física. Do berço ao túmulo, todos somos espíritos encarnados. A lógica, pois, nos diz que o Centro Espírita deve estar preparado para atender ao ser humano em todas as suas etapas de crescimento do corpo físico – da infância à madureza. Há, entretanto, ainda em “O Livro dos Espíritos”, evidente preocupação de Allan Kardec e dos Espíritos Superiores em sublinhar a importância do período infantil no estágio reencarnatório, e a função da educação para renovação moral da Humanidade.
       No capítulo VII, Segunda Parte da referida Obra Básica, quando aborda  sobre o retorno do Espírito à vida corporal, diversas questões são tratadas a respeito da infância, das tendências inatas, da influência do organismo físico, da origem das faculdades morais e intelectuais, da lei de afinidade e outros temas ligados ao período infantil, mostrando suficientemente o quanto é importante o trabalho educacional junto à criança.
        A Evangelização da criança e do jovem, é a melhor maneira do Centro Espírita realizar a maior das finalidades do Espiritismo: transformar a todos em homens de bem, visto que a Evangelização Infanto-Juvenil é uma das primeiras atividades como base para a construção moral do Mundo Novo.
       A Doutrina Espírita representa, hoje, elevada escola de educação do Espírito, a serviço de Jesus, com a grandiosa tarefa da edificação do Reino de Deus na Terra, reino este que se inicia no interior de cada um. A Casa Espírita precisa preparar-se para este grandiosa tarefa.  
        Não se pode conceber um Centro Espírita no qual as novas gerações não recebam a Evangelização, porque sem isto estaremos condenando o futuro a uma grave tarefa curativa das chagas adquiridas no trânsito da juventude para a razão. Portanto, é imprescindível a presença da atividade do Evangelho à luz do Espiritismo, junto à criança e ao jovem.
       Vejamos o que nos diz Bezerra de Menezes em relação a como os Espíritos Superiores situam, no conjunto das atividades da Instuição Espirita, a tarefa de Evangelização Infanto-juvenil:
       ... a tarefa é do mais alto significado dentre as atividades desenvolvidas pelas Instituições Espiritas, na sua ampla e valiosa programação de apoio à obra educativa do homem. Não fosse a evangelização, o Espiritismo, distante de sua feição evangélica, perderia sua missão de Consolador ...
        ... Espiritismo sem aprimoramento moral, sem evangelização da criança, do jovem,  é como templo de luz.
       ... uma Instituição Espirita representa uma equipe de Jesus em ação e, como tal, deverá concretizar seus sublimes programas de iluminação das almas. Dedicando-se, com todo empenho, à evangelização da infância e da mocidade....
             
       A atividade de Evangelização Espírita no Centro é um empreendimento que está desafiando os dirigentes, não só pela sua importância e oportunidade, como principalmente pela sua complexidade, pois exige uma equipe com habilitação específica para que possa ser desenvolvida a tarefa.
       Este fator não deve, entretanto, servir de empecilho instransponível à sua realização.   
      Ao dirigente do Centro Espírita caberá a tarefa de propiciar aos evangelizadores todo o apoio necessário ao bom êxito do empreendimento. Não apenas o apoio moral que necessitam, mas também as condições físicas do ambiente, o estudo sistematizado da Doutrina, o entusiasmo doutrinário atraindo os pais, as crianças e os jovens, facilitando o intercâmbio entre todos os participantes e, por sua vez, envolvendo-se no trabalho que é de todos, encarnados e desencarnados.

ü  Que papel cabe aos trabalhadres espiritas que não atuam diretamente na tarefa de evangelização?

      Segundo Bezerra de Menezes, para o êxito e crescimento da evangelização infanto-juvenil, todos os espíritas engajados realmente nas fileiras da fé raciocinada, devem estar, de certo modo, empenhados na tarefa de evangelização que é, sem duvida, o sublime objetivo da Doutrina Espírita. Solidariedade de propósitos, maior empenho, incentivo, ver com simpata e apreço a tarefa dos evangelizadores, sobretudo como um trabaho integrado nos objetivos da instituíção e jamais como atividade à parte...

     O Centro Espírita então, consciente de sua missão, deve envidar todos os esforços não só para a criação da Evangelização Espírita Infanto-Juvenil, como também para seu pleno funcionamento, considerando a sua importância em termos de formação moral das novas gerações e de preparação dos futuros obreiros da Casa e do Movimento Espírita.
      
 
e) Metodologia/Currículo

              Ao procurar elaborar informações sobre princípios e métodos didáticos para a tarefa da Evangelização Espírita Infanto-Juvenil, duas figuras radiantes imediatamente surgem: a de Jesus – O Mestre dos Mestres e a de Allan Kardec – O Codificador.
       Ambos, profundamente identificados com a educação do homem, tinham uma maneira própria de ensinar em que objetivos, conteúdos e métodos harmonizavam-se magnificamente resultando numa avaliação do próprio indivíduo no tocante à sua evolução espiritual.
       Antes de Jesus, a Terra recebeu educadores valorosos, Espíritos atuantes na grande tarefa do progesso da Humanidade,
       Com Jesus, inaugura-se a pedagogia do exemplo: todos os momentos de sua pregação são utilizados para o ensino, em situações concretas com histórias da vivência do dia-a-dia do povo, numa linguagem simples, clara, lógica e concisa, na qual todos os elementos, de maneira harmonizados, tornam as lições acessíveis aos doutores e aos simples.
       E a fixação da aprendizagem é feita pela exemplificação do Mestre – o mais eficiente método didático.
      Essas lições perduram através dos séculos, até nossos dias, quais tesouros inesgotáveis de sabedoria, desafiando, ainda, a compreensão do homem, mas como farol no caminho da Humanidade.
        Por isso, inspirados na metodologia de Jesus, o processo ensino-aprendizagem da evangelização, sugere que os ensinamentos partam das situações da vida cotidiana, das experiências mais imediatas do educando, para depois estabelecer as generalizações. Parte do simples para o complexo e se adapta às experiências socioculturais e espirituais da criança/jovem.
      Guardadas as diferenças, segue o evangelizador as pegadas de Jesus, valendo-se das situações concretas da vida para chegar às culminâncias da sabedoria espiritual que as Suas lições encerram.
       Mais recente, nos séculos XVII e XIX, a Suíça recebeu Pestalozzi e a França recebeu Hippolyte León Denizard Rivail, mais tarde chamado Allan Kardec, que se tornaram, oportunamente, mestre e discípulo.
       Pestalozzi revolucionou todo o ensino da época, realizando a primeira tentativa que a história registra, de uma pedagogia experimental baseada no amor (ao homem, à natureza, às plantas, aos animais), na liberdade, na observação e análise de todos os fenômenos e, sobretudo, no respeito e valorização da alma infantil.
       Rivail absorveu-lhe as preciosas lições, como verdadeiro filho espiritual, acrescentou ao método pestalozziano sua própria filosofia e prática pedagógica, transportando-as para toda a sua obra didática na França e, mais tarde, utilizando-as largamente na tarefa da Codificação Espírita. Suas pesquisas e conclusões revelaram a objetividade, a disciplina, a clareza, a lógica, o raciocínio reto, a linguagem apropriada e inteligível que tornaram sua obra criteriosamente fundamentada no bom-senso, na razão e dirigida à libertação espiritual do homem,
       Jesus e Kardec estão, pois, à frente do trabalho da Evangelização Espírita.
      A metodologia adotada deve, ainda, considerar o raciocínio e a reflexão, permitindo ao evangelizando elaborar as próprias conclusões, incorporando-as definitivamente ao seu patrimônio pessoal.
      Em razão disso, sugere-se uma metodologia que propicie a participação ativa das crianças/jovens por meio de: debate, exposição, pesquisa, trabalho em grupo, dramatização, música, desenho, pintura, modelagem, trabalho por projetos, etc. As aulas devem prever ainda situações de aprendizagem em que o aluno é convocado a opinar quanto à pratica dos ensinamentos evangélico-doutrinários que, segundo kardec, determinarão uma grande melhora no progresso moral da Humanidade.
       O currículo de ensino adotado para as aulas de evangelização tem seu conteúdo programático calcado nas Obras da Codificação e constitui um curso de Espiritismo, que se desenvolve durante todo o processo de Evangelização.
       O ensinamento espírita e a moral evangélica são os elementos com os quais se trabalha nas aulas. Esses conhecimentos são levados aos alunos por meio de situações práticas da vida, pois a metodologia empregada pretende que o aluno reflita e tire conclusões próprias a partir dos temas estudados, pois só assim se efetiva a aprendizagem real.
              As experiências de aprendizagem previstas pela Evangelização Espírita são situações simuladas, planejadas pelo evangelizador para serem vivenciadas pelas crianças/jovens, com o propósito de favorecer a aquisição dos conteúdos de ensino. Portanto, nessas experiências, a ênfase é dada as atividades do educando, pois ele aprende por meio do que faz e aprende a interpretar o que lê, a decidir, escolher, aplicar, resolver problemas, etc .

“ Um dos maiores obstáculos capazes de retardar a propagação da Doutrina seria a falta de unidade. O único meio de evitá-la, senão quanto ao presente, pelo menos quanto ao futuro, é formulá-la em todas as suas partes e até nos mais mínimos detalhes, com tanta precisão e clareza, que é impossível se torne qualquer interpretação divergente.”
                      
                                                                                      Allan Kardec

      
 A mesma conclusão chegamos hoje - 150 anos anos depois das considerações de Allan Kardec – em relação ao trabalho com crianças e jovens. Se nos faltarem a unidade de princípios, a de conceitos e a de objetivos, por certo caminharemos por estradas tão diferentes que não nos permitirão o encontro futuro dentro da mesma visão doutrinária.
       Não nos referimos à uniformização de métodos, técnicas e procedimentos didáticos, que podem e devem variar em face da diversidade de cada país. Mas, sim, ao conteúdo doutrinário do ensino que precisa ser fiel à Doutrina Codificada.
       A primeira preocupação do evangelizador, ao receber crianças e jovens, é a de ter uma consciência firme do que vai oferecer para a reflexão dos evangelizandos. É o conhecimento do Espiritismo e do Evangelho. O segundo passo é descobrir quais os caminhos, técnicas e recursos para repassar a Doutrina Espírita às crianças e aos adolescentes. O terceiro passo é saber avaliar os resultados dos seus esforços.
      Para maiores informações, gostaria de sugerir a utilização do livro “Currículo para as Escolas de Evangelização Espírita Infanto-Juvenil” – FEB, bem como as apostilas “Técnicas Pedagógicas” e “Recursos Didáticos”, também da FEB.

       f) Avaliação

       “ Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava minha consciência, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever(...).”
      “ Quando estiverdes indecisos sobre o valor de uma de vossas ações, inquiri como a qualificaríeis, se praticada por outra pessoa.”
                                                 Santo Agostinho – Livros dos Espíritos – pergunta 919
     Avaliar é uma atitude própria do ser humano diante das ações intencionais que promove. Entretanto, avaliar não é aprovar, desaprovar ou simplesmente medir conhecimentos.
      Avaliar  um trabalho é verificar se os seus objetivos estão sendo atingidos.
       É, sobretudo, estar atento, no caso específico da Evangelização Infanto-Juvenil, aos resultados, isto é, as mudanças de comportamento, observáveis ao longo do processo ensino-aprendizagem ou narrada pelos próprios pais das crianças.
       Após cada aula, o evangelizador deverá também fazer uma avaliação do trabalho realizado, a fim de ser observada a necessidade de modificação no conteúdo, metodologia, recursos didáticos, etc
      É importante também os evangelizadores se reunirem para troca de experiências, informações, planejamento atividades ... assim como estudarem juntos.
       Problemas detectados em relação ao comportamento da criança durante as aulas, deverão ser anotados pelo evangelizador para serem conversados com os pais, pessoalmente, nas Reuniões de Pais.


  
CONSIDERAÇÕES GERAIS:


      “ Na Terra, a felicidade somente é possível quando alguém se esquece de si mesmo para pensar e fazer tudo que lhe seja possível em favor do próximo.
          Não pretendas, portanto, cortesias especiais, reconhecimento imediato, favoritismo ou, mesmo, entendimento fraternal.
          Se confias na Misericórdia de Deus, trabalha sem desfalecimento e ama em qualquer circunstância, sem distinção nem preferências, recordando Jesus, que embora Modelo Ímpar, não encontrou ainda, no mundo, o entendimento nem a aceitação que merece.”

                                                                                     Joanna de Ângelis




   “Unamo-nos, que a tarefa é de todos nós. Somente a união nos proporciona forças para o cumprimento de nosso serviços, trazendo a fraternidade por lema e a humildade por garantia de êxito.”

                                                                 Bezerra de Menezes




 BIBLIOGRAFIA


. Conceito e Filosofia da Educação - FEB 

. Material IV Encontro de Evangelizadores – FEB
  Evangelização:
  O que é?
  O que fazer?
  Como fazer?

. Pelos Caminhos da Evangelização -   Cecília Rocha - FEB

. Currículo para as Escolas de Evangelização Espírita Infanto-Juvenil – FEB

. O Livro dos Espíritos -   Allan Kardec

. Leis Morais da Vida - Joanna de Angelis - Divaldo Franco

. A Educação segundo o Espiritismo -    Dora Incontri

. Jornal Comemorativo do Bicentenário de Allan Kardec -   Federação Espírita do Distrito Federal
 
. Apostila de Didática -   FEB

. Recursos Didáticos – Material de Apoio -   FEB
. Entrevista com Divaldo Franco – A Importância da Evangelização - IDE
. Educação do Espírito – Walter Oliveira Alves
. Mensagem de Bezerra de Menezes sobre a Importância da Evangelização Espirita Infanto-Juvenil na formação da Sociedade do Terceiro Milênio. (o Reformador 1985)
. site www.ocentroespirita.org.br
. site www.searadomestre.com.br
. site www.freewebs.com/vrstefanello
. Educação Espírita de Nossos Filhos – Geziel Andrade
. A Educação à luz do Espiritismo – Lydienio Barreto de Menezes
. Como Aprendemos, teoria e prática na Educação Espirita – Lucia Moyses
 . Diretrizes da Escola de Evangelização Espírita – Sociedade de Divulgação                              Espírita Auta de Souza
. Curriculo para Evangelização Espirita Infanto-Juvenil – Federação Espírita do Paraná
. Proposta para Evangelização Espírita – Conceição Salles – CEERJ, Conselho Espirita do Estado do Rio de Janeiro
. Coleção Diretrizes – Conselho Espirita do Estado do Rio de Janeiro
. Curso de Preparação de Educadores Espíritas da Infãncia – USE, União das Sociedades Espíritas – Estadual São Paulo
. Apostilas de Evangelização, Planejamento e Execução – FERGS, Federação do Estado do Rio Grande do Sul

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O Estudo Doutrinário e Seus Efeitos
Jornal Mundo Espírita - Junho de 2000
Podemos enumerar os efeitos do estudo doutrinário? Que tipo de conseqüências ele o estudo, traria para o espírita em particular e para as sociedades espíritas envolvidas com a preocupação de seriamente conhecer a Doutrina Espírita através do estudo? Apenas para efeito didático do presente trabalho, que pode receber acréscimos do leitor, enumeremos os principais efeitos do estudo doutrinário, considerando individualmente o espírita e também a Sociedade Espírita:
  1. Unidade de Princípios – Para ser entendida como a concordância advinda do estudo na mesma fonte. No caso, a Codificação Espírita. Natural que onde quer que se encontre um grupo ou pessoa que estude o Espiritismo, encontre-se a consciência dos princípios fundamentais, embora é claro respeite-se as diferenças de entendimento, pela questão da diversidade de maturidade e visão de conjunto. Porém, sem prejuízo do todo, há que se encontrar uma identidade ou semelhança de prática e estudo espírita;
  2. Prática Mediúnica – Com o estudo espírita, desaparecem os conceitos de privilégio, dispensa de estudo, misticismo ou endeusamento de médiuns. O estudo espírita faz entender os médiuns como criaturas normais, apenas dotadas da sensibilidade mediúnica. Convidando ao estudo permanente de seus postulados, o Espiritismo demonstra a todos (inclusive aos médiuns) a importância e necessidade do estudo, para evitar vaidades ou auto-endeusamento, bem como a formação de conceitos, de privilégios ou uso de recompensas. Para quem estuda a Mediunidade, haverá sempre a compreensão da contínua necessidade de estudar, e a absoluta derrocada para quaisquer tentativas de transformar a mediunidade em algo místico ou espetacular, para espetáculos públicos e sensacionalistas. Ao contrário, demonstra a responsabilidade da tarefa em benefício do semelhante;
  3. Compreensão do Evangelho – Com o estudo espírita, haveremos de compreender melhor os ensinos do Mestre, procurando aplicá-los na própria vida. Muitas passagens incompreendidas terão seu entendimento e aplicação facilitados, à luz da Doutrina Espírita. Entenderemos com mais facilidade o pensamento do Mestre;
  4. Reforma Íntima – A tão falada reforma íntima, tema de estudos e lições trazidas pelos espíritos, deixa de ser algo constrangedor ou como exigência de conquista do dia para a noite, para ser entendida como algo que conquistaremos gradativamente, através do esforço pessoal que a Doutrina vai aos poucos interiorizando nos corações. Aos poucos, pela própria absorção dos ensinamentos, nos tornaremos mais calmos, menos exigentes, mais ponderados...;
  5. Multiplicadores da Mensagem – Outro efeito extraordinário: Com o bem que a Doutrina proporciona a quem a estuda, surgirá naturalmente um desejo de fomentar a divulgação, daí advindo o surgimento de multiplicadores da mensagem, com o esforço pela escrita, oratória e outras iniciativas de divulgação. Lembrando, porém, que um comentário bem fundamentado com um vizinho ou colega de trabalho torna-se também uma tarefa de divulgação. Daí a importância de estudar para conhecer e transmitir conceitos com fidelidade doutrinária;
  6. Crescimento Mental e Intelectual – Engana-se quem pensa que a Doutrina somente trata de espíritos. O estudo espírita proporciona amplo crescimento mental e intelectual, pois que tratando de todos os temas humanos, tem o mérito de fazer crescer a visão de mundo, com melhor compreensão dos fatos e acontecimentos que envolvem a vida humana;
  7. Caridade – Melhor entendimento do tema. Saberemos da amplitude desta questão, não nos prendendo à superficialidade da esmola, mas compreendendo-a em toda sua amplitude de convivência com fraternidade;
  8. Profilaxia – O estudo espírita é profilático, evita doenças. Isto pela própria mensagem de fé raciocinada que transmite, eliminando medos e preocupações descabidas, neuroses ou violências que minam as defesas orgânicas. Convidando à ação no bem, à permanente ocupação dos braços e da mente, cria defesas naturais contra a invasão de enfermidades provindas da mente vazia ou do estado doentio da falta de confiança em Deus ou da ausência da esperança construtiva;
  9. Adepto esclarecido – Neste ponto, vale destacar, a ação espírita propriamente dita, que está distante do misticismo ou das distorções provocadas pela ignorância dos verdadeiros princípios da Doutrina. Todas as distorções, os desvirtuamentos e práticas incoerentes e distantes da Doutrina, devem-se à ignorância de seus princípios. O estudo espírita forma o espírita consciente, o adepto esclarecido, do ponto de vista de prática. Isto sem falar na moral espírita, outro fator vital.
É importante destacar que em O Evangelho Segundo o Espiritismo, em seu capítulo VI, item 5, no subtítulo Advento do Espírito de Verdade, este num convite/advertência, pondera: “Espíritas! Amai-vos, eis o primeiro ensinamento, instruí-vos, eis o segundo.” Nesta análise da instrução, pois que o amai-vos abre outras perspectivas de análise, percebemos a importância de estudar e suas conseqüências, tanto em nível pessoal, como coletivo, nos grupos formados por espíritas. Em todos, o estudo produz seus sadios efeitos de fraternidade e trabalho consciente, ponderado, coerente. Nada de personalismos, de disputas medíocres ou melindres que colocam esforços a perder. Quando se estuda verdadeiramente, percebe-se os altos objetivos da Doutrina, procurando aplicá-los para progresso pessoal e de terceiros, inclusive da entidade a que nos vinculamos sem egoísmo, pois que entendemos que a Causa é maior que a Casa.
Na verdade, precisamos saber o que fazemos, como fazemos, para que fazemos. Isto indica coerência. E esta convida à superação dos obstáculos que tanto mal tem feito ao Movimento: desentendimentos internos, distância do Movimento, Casas isoladas, espíritas desunidos. Tudo isto é fruto da ausência de estudo.
Quando estudarmos, compreenderemos o quanto se pode realizar com a união. Saberemos que o estudo nos faz progredir e então já não leremos somente romances, mas estudaremos a Doutrina nas fontes cristalinas da Codificação.
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TREINAMENTO DE EVANGELIZADORES NEIGB - 2014




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FUNDAMENTAÇÃO DA ESCOLA DE EVANGELIZAÇÃO ESPÍRITA.



Há mil facetas de encarar um mesmo fato. Nós próprios, ao longo dos anos, vamos mudando nossa interpretação a respeito de assuntos e problemas que nos pareciam definitivamente equacionados e que hoje apresentam novos ângulos bem distanciados daqueles que, em dado momento, nos pareceram conclusivos. Esse fenômeno retrata, com fidelidade, o processo que caracteriza a evolução do pensamento. As experiências pessoais aliadas às alheias, ao estudo, à observação e à reflexão nos levam a reformular conceitos que geram toda uma mudança na maneira de pensar, de sentir e de agir — maneira que é peculiar a cada indivíduo.
No campo do ensino em geral, temos visto, ao longo do tempo, mudanças, por vezes radicais, nos enfoques e metodologias educa-cionais, na sua filosofia de interpretação, bem como na de procedi-mentos nos quais identificamos focos de atenção e de interesses, senão antagônicos, pelo menos tão diversos que parecem nunca se encontrar.
Estabelecer linhas mestras ou um eixo filosófico em torno do qual possamos nos encontrar não é tarefa fácil nesse labirinto de enfoques tão diversificados e de ângulos de visão tão parciais, com os quais cada um de nós costuma ver os fatos relativos à educação, especialmente à Evangelização Espírita.
Todavia, com o devido respeito aos filósofos, pedagogos, psicólogos de todas as Escolas antigas e atuais, e a outros expoentes das Ciências afluentes da Educação, temos em mira as bases do Evangelho de Jesus — o maior filósofo, o mais competente dos pedagogos — e as da Codificação Kardequiana, as quais enfeixam os princípios norteadores, capazes de orientar todo o processo de renovação do homem, no rumo do seu aperfeiçoamento moral, ético, afetivo, intelectual e social.
Ponto de encontro de todos os espíritas, denominador comum a todos os que professam o Espiritismo, esses princípios nos levarão aos fins a que nos propomos com a Evangelização Espírita, ainda que por caminhos bastante diversificados.
Esses caminhos, entretanto, têm uma meta comum — Jesus. “Vós me chamais o Mestre e Senhor e dizeis bem, porque eu o sou” (João, 13:13), asseverava Jesus, dando cumprimento a toda uma proposta educacional, cujo fim último pode ser sintetizado nessas palavras:
“Sede, pois, vós outros, perfeitos, como perfeito é o vosso Pai Celestial.” (Mateus, 5:48)
Perfectibilidade, integração com as leis divinas, autoconhecimento, transformação para o bem, eis a meta que toda educação, verdadeiramente inspirada nos postulados cristãos, deve buscar.
Sendo o Espiritismo a revivescência do Cristianismo, nada mais natural que ele tenha no seu interior uma dimensão essencialmente educativa, uma proposta de educação moral voltada para a formação do homem cristão, do homem de bem.
São essas as idéias que fundamentam esta nova versão do Currículo, entendido como uma proposta norteadora da organização de experiências pedagógicas a serem vivenciadas por evangelizandos e evangelizadores, com vistas à construção de uma nova era para a Humanidade, propiciada pela ação transformadora que caracteriza a mensagem cristã-espírita.

(Texto extraído do Livro-  CURRÍCULO PARA AS ESCOLAS DE EVANGELIZAÇÃO ESPÍRITA INFANTO-JUVENIL /Cecília Rocha e Equipe – FEB)

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Momentos


Realizamos no dia 12/01/2014 o Treinamento de Evangelizadores de 2014. Durante todo o dia, palestras, seminários e diversas atividades foram apresentadas pela equipe do DIJ do NEIGB para irmãos de outras instituições (e do próprio NEIGB) com interesse na Evangelização Espírita. Dentre tantos momentos e oportunidades que vivenciamos, selecionamos alguns para registrar e lembrar com carinho. Vamos a eles?



Quadro com a marca das mãos dos participantes: compromisso!
Atividades com participação de todos os presentes.




Arte cênica como recurso evangelizador
ORAÇÃO DO AMOR
"Que um raio de amor caia sobre nós

E aqui permaneça na minha voz.

Que eu possa levar pro seu coração,

Plantar a semente do amor e então

Que ela cresça assim como árvore forte.

Que suba às estrelas refletindo luz.

Que possa voltar e semear a terra,

Como ensinou nosso mestre Jesus."
Uma nova versão para "Atirei o pau no gato".



Grupo musical improvisado com instrumentos de brinquedo



Desejamos que todos os que participaram deste verdadeiro encontro luminoso, saibam encontrar dentro de si, a força de vontade e a disposição para abraçar esta tarefa magnífica que é EVANGELIZAR.

E, vamos em frente com Jesus na mente!

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NÃO IMPORTA O QUE FAZ PARA VIVER. HÁ UM TRABALHO QUE TODO PAI FAZ!


Pais de todas as idades tem ao menos uma coisa em comum: são modelos para suas crianças. Mesmo que você não queira - você é.
 Por exemplo, quando você fica irritado no trânsito você tem a oportunidade de modelar o autocontrole. Quando você recebe troco a mais no supermercado, aí está a sua chance de modelar a honestidade. E quando você injustamente acusa seu filho ou sua filha por alguma coisa, é a hora perfeita para admitir seu erro e ensinar sobre humildade.
 Tudo isso se reduz ao fato de que nem sempre as crianças escutam o que dizemos, mas quase sempre fazem o que fazemos.
 Lembre-se, sua família em primeiro lugar!
(Por Mark Merril / Tradução SergioBarros)
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PRECE PELA FAMÍLIA




A minha família, Senhor, é um pequeno jardim plantado entre as tribulações do mundo e onde colho, diariamente, as flores da alegria e as bênçãos do refazimento.

Quando juntos, a vida corre harmoniosa e serena qual se fôssemos um pequeno mundo à parte, isolados do torvelinho humano pelos laços inquebrantáveis da simpatia, do carinho e da compreensão mútua...

No entanto, sei que tudo se transforma, se altera, se dilui e se recompõe nem sempre da forma como desejamos.

Aqueles que eu amo, Senhor, hoje amparados em meu coração pelos laços de sublime afeto, amanhã poderão se encontrar em experiências das quais não me será permitido fazer parte... Enfrentarão, talvez, tempestades e angústias que não poderei aplacar, por mais queira; encontrarão desenganos que meus cuidados serão incapazes de afastar e conhecerão, quem sabe, pessoas que os levarão para longe de mim, deixando um ninho vazio e lembranças, apenas, de um tempo feliz e melhor...

Hoje, quando olho para minha família e me embriago entre afagos e carícias, não devo mais esquecer que eles, assim como eu, Te pertencem, para que Tu, Divino Condutor, os guie pelos caminhos que melhor lhes auxiliem a evolução, caminhos estes que nem sempre serão os meus caminhos...

Por isso, embora grato pela felicidade que me proporcionastes ao permitir que tantos corações queridos renascessem junto de mim, rogo-lhe não permita que o egoismo me isole com eles em meu ninho de amor, transformando-os em bonecos de deliciosa manipulação e fazendo-os sofrer mais tarde, quando o vento da provação afastar para bem distante a minha possibilidade de protegê-los, agravando com isso os sofrimentos que por ventura venham a experimentar.

Rogo-lhe, Senhor, igualmente, que eu jamais deixe de anotar junto a mim os outros irmãos de jornada, nem sempre aquinhoados pela mesma sorte, a vagar desprovidos do pão da ternura e do bálsamo do amor e da compreensão.

Abra meus olhos, Pai, para a vida em torno, a fim de que eu assinale a presença de tantas outras almas merecedoras de todo o meu carinho e atenção, do modo como eu dispenso carinho e atenção aos meus familiares, para que um dia, quando chegar o momento de entregar os meus amados à vida, eu não sucumba, infeliz e vazio, entre o remorso, a saudade e a solidão.

Assim seja!



(André Luiz)

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ENCONTRO DAS FAMÍLIAS - 2013


É um pouco difícil falar algo sobre o(s) encontro(s) com as famílias. Difícil, mas prazeroso. A dificuldade está justamente em saber expressar em palavras o que muitas vezes é emoção pura. Ver nossos pequeninos demonstrando o que aprenderam sobre o Evangelho de Jesus de forma poética, lúdica e absolutamente linda, é testar o nível emocional de cada pai e mãe ali presentes. 




A leitura do texto "Os sapatos dos outros", que fez refletir sobre nossa visão a respeito do próximo, já adiantava o que estava por vir: "Os pais precisam colocar-se em lugar dos filhos, evitando as broncas desnecessárias, os comportamentos distanciadores e a falta de contato com as emoções das crianças."



Lições de solidariedade (nunca uma laranja foi repartida para tantos), caridade, respeito e atenção pelo próximo foram apresentadas através das encenações e músicas que fizeram vibrar o ambiente com harmonia sem par. 



A equipe de evangelização surpreendeu a todos, cantando de forma descontraída e bem humorada. Aplausos entusiasmados dos evangelizandos, pais e visitantes, visivelmente felizes e emocionados com o coral, foi a recompensa do belo trabalho.



Nossa juventude não poderia ficar de fora, e trouxe lágrimas aos olhos de muitos presentes, que tiveram a oportunidade de ver uma encenação sobre a parábola do bom samaritano e apresentação de músicas. Mas, além dos talentos artísticos que cada vez mais aflora, o que nos acalenta o coração é a certeza de que um futuro melhor, com mais justiça, paz e dignidade, começa a se desenhar diante de nossos olhos. Podemos ver isso no sorriso escancarado das crianças menores, nas amizades sinceras forjadas nas diversas faixas etárias, e na determinação em seguir o caminho do bem que vemos em cada olhar dessa juventude que vai, com toda certeza, transformar este mundo.



encerramos citando um trecho de uma canção bastante conhecida:

"Em meio às emoções, feliz, Jesus estaria."

E, sem dúvida, Ele estava.

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NOS AJUDA, SENHOR...




Mestre, na busca de acertar na educação de nossos filhos, muitas vezes, erramos.
E se esquecemos de ti, não há caminho certo que se apresente.
Então, te pedimos, Cristo amado: nos ajuda!
Para cada agressão que realizarmos, mesmo sem querer,
nos ajuda a duplicar nosso carinho.
A cada palavra opressora que sair de nossa boca,
nos ajuda a compensar falando de ti ao coração dos pequeninos.
Para cada lágrima que causarmos, 
nos ajuda a fazê-los sorrir. É tão simples fazer isso.
Por cada vez que esqueçamos nossa serenidade, e os maltratarmos e os ignorarmos
nos ajuda a reencontrar a paz, através da saudade desfeita com um abraço.
 Nos ajuda a te ter em nós, Senhor,
Para que saibamos, pouco a pouco, retirar-te de nós e colocar-te neles.



Nos ajuda, Senhor,
a lembrarmos deles, esquecendo de nós.
A adormecer cheirando as pequenas cabeças, muitas vezes suada de tanta brincadeira.
Nos ajuda a nos permitir esquecer um dia que seja, a disciplina do banho na hora certa,
trocada por mais uns minutos de sorrisos.

Nos ajuda a sermos os melhores pais do mundo, cuja recompensa, no futuro,
será um sorriso disfarçado, num momento em que eles, já adultos,
pensarem em ti,
lembrando de nós.


(Um amigo.)


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É UM NOVO TEMPO...



“nossa juventude espírita tem um caminho a percorrer....juventude espírita nos contamos com você, para semear a paz e o mundo enternecer...” , ouvindo esse  trecho da música juventude espírita do grupo Acorde, olhando as fotos do encontro e lendo a parte da epístola de Paulo a Timóteo (I), que diz:
 “Ninguém Despreze  a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis na palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé e na pureza.”
 Percebemos a importância da ação evangelizadora do espiritismo, que utilizando dos métodos didáticos de Jesus e Kardec, são capazes de conduzir a juventude a desbravar o mundo de Regeneração que os espera, o encontro que teve como  tema o movimento espírita a liderança da juventude, vem ratificar as palavras de Paulo quando busca motivar os jovens para uma participação ativa na divulgação do espiritismo é a força da juventude aliada a maturidade dos evangelizadores que fará com que o sol da nova era possa iluminar aqueles que ainda encontram-se obscurecidos pelo egoísmo, orgulho, vaidade, pelos desequilíbrios de todos os matizes, presos as idéias ilusórias de que viver a vida é matar-se pouco a pouco com os excessos materiais. Os jovens espíritas são pequenos faróis a irradiar os exemplos do verdadeiro cristão através das palavras, da caridade, da fé raciocinada e firme, da pureza de coração que aliados a prudência e ao desejo de evoluir irão fazer o reino de Deus se instalar na Terra.
Juventude espírita do Ismael, nós contamos com você para nos encher de esperanças, de alegrias e realizações para semear a paz, o amor ao próximo e o mundo enternecer... Conte conosco!


Concluo com uma parte da mensagem de Ivan Albuquerque no livro Cânticos para Juventude pela psicografia de Raul Teixeira: “o Jovem, mais do que todos os outros indivíduos, por se encontrar perante os desafios da atualidade, em face da bagagem pretérita, pede o envolvimento da responsabilidade dos mais vividos, que lhe possam balizar os rumos com a dignidade tão profanada nestes dias de aturdimento e de ingentes lutas”. Cabe a nós adultos, trabalhadores da seara espírita, acolher, orientar, evangelizar e deixar que os nossos pássaros dêem o vôo de liberdade rumo a nova era.


(Patrícia Freitas)

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LAÇOS DE FAMÍLIA




A convivência familiar nem sempre é harmônica.
Frequentemente, tem-se mais espontaneidade e prazer no relacionamento com amigos do que com irmãos.
Causam perplexidade as dificuldades de relações entre pessoas que foram criadas juntas e tiveram experiências similares em seus primeiros anos.
Elas aprenderam com os pais valores e lições semelhantes, mas apresentam grandes diferenças em seus gostos e tendências.
Alguns irmãos, tão logo atingem a idade adulta, deliberadamente se afastam dos demais.
Outros, mesmo permanecendo em contato, estão em constantes atritos.
A razão dessa dificuldade de relacionamento é explicada pelo Espiritismo.
Ele esclarece que existem duas espécies de família, a material e a espiritual.
A família material é estabelecida pelos laços sanguíneos.
A família espiritual decorre exclusivamente de afinidade e de comunhão de idéias e valores.
O parentesco corporal é estabelecido a partir da necessidade de aprendizado e de refazimento de erros do passado.
A parentela corporal pode ou não ser composta de Espíritos afins, ditos parentes espirituais.
A parentela espiritual é facilmente identificável.
São as pessoas que se buscam e têm prazer na companhia umas das outras.
Elas têm valores em comum e seu relacionamento é tranquilo e prazeroso.
Se dois irmãos carnais têm genuína afinidade, eles sempre são grandes amigos.
As dificuldades surgem quando a vida reúne antigos desafetos no mesmo lar.
A convivência entre seres radicalmente diferentes e com uma certa dose de antipatia costuma ser explosiva.
Entretanto, a Sabedoria Divina jamais se equivoca.
Se ela providenciou essa reunião, é porque se trata de providência imprescindível à conquista da harmonia.
A Lei Divina estabelece o amor e a fraternidade entre os seres.
Quando alguns Espíritos não aprendem suas lições com facilidade, a vida providencia os meios necessários para que o aprendizado ocorra.
Por exemplo, dois cônjuges que se traem e infelicitam.
Eles podem aprender a lição de que a lealdade é um tesouro.
Também podem, a partir da ciência de sua própria fragilidade moral, ter compaixão do erro do outro.
Mas muitos que traem e vilipendiam se permitem odiar quem com eles faz o mesmo.
Esses por vezes renascem como irmãos, para que aprendam a se amar fraternalmente.
Embora esse convívio não seja fácil, ele corresponde a uma real necessidade espiritual.
Em inúmeros outros contextos, a Providência Divina reúne no mesmo lar Espíritos que se permitiram equívocos uns contra os outros.
A família é um poderoso instrumento para eliminar rancores seculares e viabilizar a transformação moral das criaturas.

Ciente dessa realidade, valorizemos a nossa família!


A SENHA DA APRENDIZAGEM
   
Quando nos dirigimos a um caixa eletrônico de uma instituição bancária para efetuar qualquer tipo de transação, temos que ter um dado importante – a senha. Sem ela, nenhuma informação obteremos do computador.
    Situação análoga ocorre com a aprendizagem. Quantas vezes, ao tentarmos ensinar alguma coisa para alguém, principalmente a uma criança ou jovem, exclamamos: “ Como é difícil ensinar a esses alunos. Não há jeito de abrir a cabeça deles”. E na tentativa de encontrar a causa da dificuldade de aprendizagem, culpamos o educando, a  sua incapacidade ou desmotivação em aprender. Nunca colocamos o aparente fracasso na nossa incapacidade de ensinar, porque no processo ensino-aprendizagem existe uma sempre uma senha, que é única e exclusiva, cada um possui a sua, ou seja, só aprendemos aquilo que desejamos. É preciso que o educador, ou aquele que ensina, tente descobrir qual é a senha de cada educando e, através dela, criar métodos de ensino que sejam prazerosos, pois só assim se estabelecerá a aprendizagem.
    Vygotsky conta uma tentativa frustrada de Léon Tolstoi em ensinar o russo literário às crianças camponesas via repetição e memorização, e a enorme aversão delas em aprender.
    Em vez de culpá-las de incompetentes, talvez devido a um “ déficit lingüístico” que justificasse o fracasso de suas tentativas, o grande escritor russo concluiu que estava no caminho errado, ou seja, a inadequação do método que utilizara, o que demonstra que a senha por ele usada não estava correta.
    Infelizmente, nem todos os professores possuem a humildade de Tolstoi. É mais fácil culpar o aluno do que buscar métodos novos e eficientes.
    Edwiges Zaccur diz que “das funções mentais da criança, o professor não detém o comando. A senha que estabelece a conexão do outro com o eu, do interior com o exterior, passa pelo que faz sentido para o sujeito, pelo que se tornou significativo”.
    Por isso, uma criança aprende facilmente a letra e a melodia de uma música que é do seu agrado, um jovem consegue dizer a escalação do time de sua preferência, inclusive os jogadores que o técnico dispõe como reservas, pois essas informações são significativas para ele.
    O papel do verdadeiro educador é, através do entusiasmo, do conhecimento daquilo que pretende ensinar e com a utilização de uma metodologia dinâmica e agradável, estabelecer a senha do processo ensino-aprendizagem.
( Livro a Arte de Educar Segundo os Ensinos de Jesus – autor: Lydienio Barreto de Menezes.)
Adolescente diante da família
Incontestavelmente, o lar é o melhor educandário, o mais eficiente, porque as lições aí ministradas são vivas e impressionáveis, carregadas de emoção e força. A família, por isso mesmo, é o conjunto de seres que se unem pela consangüinidade para um empreendimento superior, no qual são investidos valores inestimáveis que se conjugam em prol dos resultados felizes que devem ser conseguidos ao largo dos anos, graças ao relacionamento entre pais e filhos, irmãos e parentes.
Nem sempre, porém, a família é constituída por Espíritos afins, afetivos, compreensivos e fraternos.
Na maioria das vezes a família é formada para auxiliar os equivocados a se recuperarem dos erros morais, a repararem danos que forem causados em outras tentativas nas quais malograram.
Assim, pois, há famílias-bênção e famílias-provação. As primeiras são aquelas que reúnem os Espíritos que se identificam nos ideais do lar, na compreensão dos deveres, na busca do crescimento moral, beneficiando-se pela harmonia freqüente e pela fraternidade habitual. As outras são caracterizadas pelos conflitos que se apresentam desde cedo, nas animosidades entre os seus membros, nas disputas alucinadas, nos conflitos contínuos, nas revoltas sem descanso.
Amantes que se corromperam, e se abandonaram, renascem na condição de pais e filhos, a fim de alterarem um comportamento afetivo e sublimarem as aspirações; inimigos que se atiraram em duelos políticos, religiosos, afetivos, esgrimindo armas e ferindo-se, matando-se, retornam quase sempre na mesma consangüinidade, a fim de superarem as antipatias remanescentes; traidores de ontem agora se refugiam ao lado das vítimas para conseguirem o seu perdão, vestindo a indumentária do parentesco próximo, porque ninguém foge dos seus atos. Onde vai o ser, defronta-se com a sua realidade que se pode apresentar alterada, porém, no âmago, é ele próprio.
A família, desse modo, é o laboratório moral para as experiências da evolução, que caldeia os sentimentos e trabalha as emoções, proporcionando oportunidade de equilíbrio, desde que o amor seja aceito como o grande equacionador dos desafios e das dificuldades.
Invariavelmente, por falta de estrutura espiritual e desconhecimento da Lei das reencarnações, as pessoas que se reencontram na família, quase sempre, dão vazão aos seus sentimentos e, ao invés de retificar os negativos, mais os fixam nos painéis do inconsciente, gerando novas aversões que complicam o quadro do relacionamento fraternal.
Às vezes, a afetividade como a animosidade são detectadas desde o período da gestação, predispondo os pais à aceitação ou à rejeição do ser em formação, que lhes ouve as expressões de carinho ou lhes sente as vibrações inamistosas, que se irão converter em conflitos psicológicos na infância e na adolescência, gerando distúrbios para toda a existência porvindoura.
Renasce-se, portanto, no lar, na família de que se tem necessidade, e nem sempre naquela que se gostaria ou que se merece, a fim de progredir e limar as imperfeições com o buril da fraternidade que a convivência propicia e dignifica.
Em razão disso, o adolescente experimenta na família esses choques emocionais ou se sente atraído pelas vibrações positivas, de acordo com os vínculos anteriores que mantém com o grupo no qual se encontra comprometido. Essa aceitação ou repulsão irá afetar de maneira muito significativa o seu comportamento atual, exigindo, quando negativa, terapia especializada e grande esforço do paciente, a fim de ajustar-se à sociedade, que lhe parecerá sempre um reflexo do que viveu no ninho doméstico,
A família equilibrada, isto é, estruturada com respeito e amor, é fundamental para uma sociedade justa e feliz. No entanto, a família começa quando os parceiros se resolvem unir sexualmente, amparados ou não pelo beneplácito das Leis que regem as Nações, respeitando-se mutuamente e compreendendo que, a partir do momento em que nascem os filhos, uma grande, profunda e significativa modificação se deverá dar na estrutura do relacionamento, que agora terá como meta a harmonia e a felicidade do grupo, longe do egoísmo e do interesse imediatista de cada qual.
Infelizmente, não é o que ocorre, e disso resulta uma sociedade juvenil desorganizada, revoltada, agressiva, desinteressada, cínica ou depressiva, deambulando pelos rumos torpes das drogas, da violência, do crime, do desvario sexual...
Os pais devem unir-se, mesmo quando em dificuldade no relacionamento pessoal, a fim de oferecerem segurança psicológica e física à progênie.
Essa tarefa desafiadora é de grande valia para o conjunto social, mas não tem sido exercida com a elevação que exige, em razão da imaturidade dos indivíduos que se buscam para os prazeres, nos quais há uma predominância marcante de egoísmo, com altas doses de insensatez, desamor e apatia de um pelo outro ser com quem se vive, quando as ocorrências não lhes parecem agradáveis ou interessantes.
Os divórcios e as separações, legais ou não, enxameiam, multiplicam-se em altas estatísticas de indiferença pela família, produzindo as tristes gerações dos órfãos de pais vivos e desinteressados, agravando a economia moral da sociedade, que lhes sofre o dano do desequilíbrio crescente.
O adolescente, em um lar desajustado, naturalmente experimenta as conseqüências nefastas dos fenômenos de agressividade e luta que ali têm lugar, escondendo as próprias emoções ou dando-lhes largas nos vícios, a fim de sobreviver, carregado de amargura e asfixiado pelo desamor.
Apesar dessa situação, cabe ao adolescente em formação de personalidade, compreender a conjuntura na qual se encontra localizado, aceitando o desafio e compadecendo-se dos genitores e demais familiares envolvidos na luta infeliz, como sendo seres enfermos, que estão longe da cura ou se negam a terapia da transformação moral.
É, sem dúvida, o mais pesado desafio que enfrenta o jovem, pagar esse elevado ônus, que é entender aqueles que deveriam fazê-lo, ajudar aqueles que, mais velhos e, portanto, mais experientes, tinham por tarefa compreendê-lo e orientá-lo.
O lar é o grande formador do caráter do educando. Muitas vezes, no entanto, lares infelizes, nos quais as pugnas por nonadas se fazem cruentas e constantes, não chegam a perturbar adolescentes equilibrados, porque são Espíritos saudáveis e ali se encontram para resgatar, mas também para educar os pais, servir de exemplo para os irmãos e demais familiares. Não seja, pois, de estranhar, os exemplos históricos de homens e mulheres notáveis que nasceram em lares modestos, em meios agressivos, em famílias degeneradas, e superaram os limites, as dificuldades impostas, conseguindo atingir as metas para as quais reencarnaram.
Quando o espírito da dignidade humana viger nos adultos, que se facultarão amadurecer os compromissos da progenitura, haverá uma mudança radical nas paisagens da família, iniciando-se a época da verdadeira fraternidade.
Quando o sexo for exercido com responsabilidade e não agressivamente, quando os indivíduos compreenderem que o prazer cobra um preço, e este, na união sexual, mesmo com os cuidados dos preservativos, é a fecundação, haverá uma mudança real no comportamento geral, abrindo espaço para a adolescência bem orientada na família em equilíbrio.
Seja, porém, qual for o lar no qual se encontre o adolescente, terá ele campo para a compreensão da fragilidade dos pais e dos irmãos, para avaliação dos seus méritos. Se não for compreendido ou amado, esforce-se para amar e compreender, tendo em vista que é devedor dos genitores, que poderiam haver interrompido a gravidez, e, no entanto, não o fizeram.
Assim, o adolescente tem, para com a família, uma dívida de carinho, mesmo quando essa não se dê conta do imenso débito que tem para com o jovem em formação. Nesse tentame, o de compreender e desculpar, orando, o adolescente contará com o auxílio divino que nunca falta e a proteção dos seus Guias Espirituais, que são responsáveis pela sua nova experiência reencarnatória.
Joanna de Angelis (espírito), psicografia de Divaldo Franco
 
Pais e Evangelização

Que orientações os Amigos Espirituais dariam aos pais espíritas em relação ao encaminhamento dos filhos à Escola de Evangelização dos Centros Espíritas?

R: Conquanto seja o lar a escola por excelência onde a criatura deva receber os mais amplos favores da educação, burilando-lhe o sentimento e o caráter, não desconhecemos a imperiosidade de os pais buscarem noutras instituições sociais o justo apoio à educação da prole; e, assim, deverão encaminhar os filhos, no período oportuno, para a escola do saber, viabilizando-lhes a instrução. Entretanto, jamais deverão descuidar-se de aproximá-los dos serviços de evangelização em cujas abençoadas atividades se propiciará a formação espiritual da criança e do jovem diante do porvir.

Há pais espíritas que, erroneamente, têm deixado, em nome da liberdade e do livre-arbítrio, que os filhos avancem na idade cronológica para então escolherem este ou aquele caminho religioso que lhes complementem a conquista educativa no mundo. Tal medida tem gerado sofrimento e desespero, luto e mágoa, inconformação e dor. Porque, uma vez perdido o ensejo educativo na idade propícia à sementeira evangélica, os corações se mostram endurecidos, qual terra ressequida, árida, rebelde ao bom plantio, desperdiçando-se valioso período de ajuda e orientação. É então que somente a dor, a duros golpes provacionais, pode despertar para refazer e construir.

Bezerra de Menezes (1982)
Livro: Sublime Sementeira, org. Miriam Masotti Dusi, Feb, 2012



Quais são os pré-requisitos para Evangelizar?

Além de estar freqüentando o Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita e ter disponibilidade de horário e responsabilidade para a atividade proposta, cabe salientar as características do evangelizador, segundo Helena Bertoldo da Silva, Coordenadora do Setor de Infância do DIJ/FERGS.

         Amor - o amor, sendo o sentimento por excelência, é condição primeira para a tarefa de evangelizar;
         Conhecimento doutrinário - o evangelizador vai ensinar (facilitar) o conhecimento espírita, portanto, ele tem que conhecer os postulados doutrinários, para tanto, além do esforço individual, na busca desse conhecimento, deve freqüentar o Grupo de Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita (ESDE) em uma Casa Espírita;

         Exemplificação - o evangelizador deve vivenciar ou, pelo menos, lutar para vivenciar os ensinos de Cristo, porque o exemplo ainda é o melhor argumento e para que o ato de evangelizar não se vulgarize no "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço", é importante que o evangelizador seja para a criança e o jovem modelo de vivência daquilo que ele ensina;

         Consciência da tarefa - é importante que o evangelizador esteja convencido de que a Evangelização é um meio de educação da geração futura, e que o ato de evangelizar exige que ele se qualifique cada vez mais;

         Entusiasmo - é fundamental que o evangelizador esteja totalmente envolvido no processo da Evangelização, cativado por esse processo ele terá que "transbordar" entusiasmo, no falar, no agir, no olhar, no vivenciar, etc.;

         Ser flexível, receptivo - o evangelizador, em nenhum momento, deve ter a pretensão de que tudo sabe, que faz o melhor e que já está "pronto", mas deve estar aberto, receptivo a novos conhecimentos, aceitar a avaliação do seu trabalho, ser flexível às mudanças, quando se fizerem necessárias. É imprescindível que o evangelizador busque continuadamente aprimorar-se;
         Conhecer o Currículo - sendo o Currículo para as Escolas Espíritas de Evangelização Infanto-Juvenil, rumo norteador da Evangelização Espírita, o evangelizador deverá conhecê-lo e saber a função do mesmo e da sua inserção no Movimento Espírita;

         Saber escolher metodologias adequadas - é importante que o evangelizador conheça as metodologias que possibilitem ao evangelizando a elaboração e a construção do seu conhecimento; noções de didáticas, técnicas de ensino, psicologia, literatura, música, teatro auxiliam no desempenho da tarefa;

         Saber avaliar - a avaliação é primordial em todo e qualquer processo e não poderia ser diferente na Evangelização. O evangelizador deve avaliar, sempre, a si mesmo e ao evangelizando, fazendo o feedback, retomando (se necessário) por novos caminhos, para alcançar os objetivos propostos no seu planejamento;

         Auto-aprimoramento - o evangelizador não deve descuidar da sua transformação moral, buscando conhecer-se através de auto-avaliação e, dentro da orientação cristã, detectar suas tendências viciosas e lutar para transformá-las em virtudes.






         "(...) Esse elemento é a educação, não a educação intelectual, mas a educação moral. Não nos referimos, porém, à educação moral pelos livros e sim à que consiste na arte de formar os caracteres, à que incute hábitos porquanto a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos."
Comentário de Allan Kardec em O Livro dos Espíritos, questão 685.

(Texto estudado no treinamento para evangelizadores realizado em 15/01/2012)



Atividades em 2012

O DIJ, Departamento da Infância e Juventude, comunica que o reinício das reuniões de Evangelização da Família e das aulas de Evangelização Infanto juvenil, será no dia 11/02/2012 as 15:00h. No sábado, dia 18/02/2012, teremos o Encontro da Juventude ds 09:00h as 15:00h, com estudo de temas sobre o carnaval e suas consequências. Sintam-se convidados!

E LEMBRANDO...

No mês de dezembro do ano passado, tivemos nas dependências do NEIGB, a confraternização de todos os que contribuem para o trabalho de amor, realizado nesta casa. A mensagem do Cristo esteve presente nas leituras, nas canções e no ambiente fraterno e acolhedor, a renovar as forças de todos aqueles que se dedicam à construção de um mundo melhor.
Juventude Espírita soltando a voz


Coral Esperanto

Diante de momentos em que experimentamos uma alegria sincera, em que sentimos um acalanto em nosso coração, tantas vezes cansado e ansioso, resta uma linda certeza: o trabalho continua.



Sigamos em frente, com Jesus na mente!


Evangelho no lar



 

O Evangelho no Lar é um momento em que a família se reúne para orar, entender e conversar acerca dos ensinamentos do Cristo. Ele deve ter horário de início pré-determinado, a fim de que a espiritualidade auxilie e ampare.Todos são convidados a participar, inclusive os visitantes. A inclusão das crianças é importante e os adultos devem encontrar atividades que elas possam realizar, como a prece ou a leitura de pequenos trechos, para que adquiram valores desde tenra idade.


Elevar a vibração mental dos participantes, conhecer as lições de paz, amor e caridade de Jesus, reunir a família, abrir as portas do lar para bênçãos, fortalecer as pessoas para o enfrentamento de dificuldades materiais e espirituais,mantendo ativos os princípios da oração e da vigilância são benefícios do Evangelho no Lar.


Sua realização deve iniciar com uma prece, a fim de harmonizar os participantes. Após, é lido pequeno trecho do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo", aberto ao acaso ou na seqüência que está sendo estudado, conforme combinado pela família. Esse texto é, então, comentado pelos presentes, cada um explicando o que entendeu de maneira breve e simples.


No momento seguinte são feitas as vibrações. Vibrar é doar amor, paz, saúde, bons fluidos para os familiares, amigos, doentes, para o próximo. Pode-se vibrar também por fraternidade e paz para toda a humanidade, por perdão e união entre as pessoas, pela implantação do Evangelho nos lares, bem como por motivos sugeridos pelos participantes. Ao final, alguém faz uma prece de encerramento.


Durante o Evangelho não é o momento adequado para desenvolver faculdades mediúnicas, pois elas devem ser orientadas em um Centro Espírita. Pode-se, porém, colocar um recipiente com água que será magnetizada pela espiritualidade durante a reunião e bebida ao final pelos participantes.


É um momento de estudo, oração e paz. Não deve possuir rituais, velas, incensos ou roupas especiais. São, porém, presenças importantes o amor, a vontade de aprender e a consciência de que é uma ocasião de prece, quando há a ajuda dos amigos espirituais para melhor entendimento dos ensinamentos do Mestre Jesus.


O Evangelho no Lar é fonte de aprendizado e crescimento espiritual e, pelo exercício dos ensinamentos do Cristo, a reforma íntima de cada um é contribuição importante para um mundo melhor.


Baseado no livro Evangelho no Lar à luz do Espiritismo,
de Maria T. Compri, Edições FEESP




OBJETIVOS DA EVANGELIZAÇÃO DA FAMÍLIA

Destacar a função educadora e regeneradora da família, valorizando-a no processo de edificação moral do homem no seu esforço de construir um mundo melhor.


Adotaremos como objetivo geral do nosso trabalho, o mesmo objetivo proposto pelo documento Família, Vida e Paz, elaborado pela Comissão designada pelo Conselho Diretor da FEB.

• Refletir sobre o papel do Evangelho no lar para a criação e a manutenção de um ambiente harmônico e espiritualmente equilibrado;

• Caracterizar o relacionamento entre pais e filhos, destacando a importância do respeito na construção de relações equilibradas e felizes;

• Discutir as responsabilidades que sobrevêm para os pais nos casos em que apenas um deles exerce a função de criar os filhos;

• Descrever a missão da maternidade seja esta de origem biológica ou apenas exercida por meio da adoção, destacando a missão do ser pai e mãe perante a espiritualidade;

• Refletir sobre o equilíbrio entre o trabalho e a dedicação à família, identificando os princípios que devem nortear as escolhas a serem realizadas por cada um;

• Discutir como os pais contribuem no desenvolvimento dos filhos, favorecendo que estes explorem e desenvolvam os potenciais positivos trazidos para esta encarnação;

• Reconhecer a família como impulsionadora do progresso dos espíritos que a formam, identificando as consequências sobre a prole do relacionamento entre marido e mulher;

• Analisar o papel da família quanto ao processo de valorização do trabalho pelo jovem, caracterizando os princípios espíritas que devem nortear esta ação;

• Reconhecer a importância da família na proteção da criança e do jovem diante das drogas e da violência;

• Discutir como os pais espíritas podem atuar na prevenção da influência deletéria dos valores consumistas ditados pela mídia, na formação moral da criança e do jovem;

• Refletir sobre a formação moral dos filhos na atualidade, analisando os fatores que predispõem ao desenvolvimento de comportamentos discriminatórios e violentos;

• Conhecer as etapas para um desenvolvimento sexual e afetivo saudável, identificando formas de acompanhar e promover este desenvolvimento à luz da Doutrina Espírita;

• Discutir como a família espírita deve trabalhar as questões de separação e morte junto aos filhos;

• Discutir as diretrizes e os valores que devem estar presentes na educação da criança e do jovem, relacionando a contribuição dos conhecimentos doutrinários neste processo;

• Levar a família a compreender que, pelas características terrenas (planeta de provas e expiações), o relacionamento familiar é complexo e difícil e é muito natural que surjam problemas.

• Proporcionar o autoconhecimento através da reflexão

• Realizar trabalho integrado com o DIJ, buscando uma maior integração entre as famílias e os evangelizadores/coordenadores para que o trabalho de evangelização da criança seja continuado no lar, tendo como base os esclarecimento da Doutrina Espírita e do Evangelho de Jesus.

• O trabalho dos Evangelizadores da Família tem como princípio a valorização da família. Conscientes dos desafios da convivência no lar, precisamos admitir nossas imperfeições e fortalecer nossas virtudes na harmonia familiar.

Público-Alvo:


Pais que têm os filhos matriculados na evangelização espírita infanto-juvenil e/ou qualquer pessoa que se interesse pelo tema FAMILIA ( trabalhadores da Instituição, pessoas em tratamento, assistentes, jovens, alunos do ESDE,etc).

Tecnicas:


Exposições dialogadas, estudos em grupo, dinâmicas de grupo, vídeo-debate, mesas redondas.

Todas as atividades buscarão favorecer a participação e interação dos pais que comparecerem às reuniões.

Local das Aulas / Horário:

Salão de Reunião Pública.
16h às 17hs






Laços de Família


774. Há pessoas que, do fato de os animais ao cabo de certo tempo abandonarem suas crias, deduzem não serem os laços de família, enre os homens, mais do que o resultado dos costumes sociais e não efeito de uma lei da Natureza. Que devemos pensar a esse respeito?

"Diverso do dos animais é o destino do homem. Por que, então, querem identificá-lo com estes? Há no homem alguma coisa mais, além das necessidades físicas: há a necessidade de progredir. Os laços sociais são necessários ao progresso e os de família mais apertados tornam os primeiros. Eis por que os segundos constituem uma lei da Natureza. Quis Deus que, por essa forma, os homens aprendessem a amar-se como irmãos."

775. Qual seria, para a sociedade, o resultado do relaxamento dos laços de família?
"Uma recrudescência do egoísmo."
(O Livro dos Espíritos)

Participe da Evangelização da Família, todos os sábados das 16:00h às 17:00h, no NEIGB.