terça-feira, 29 de novembro de 2016

CONSOLAI


Se eu pudesse, diria eternamente,
Aos flagelados e desiludidos,
Que sobre a Terra os grandes bens perdidos
São a posse da luz resplandecente.

A dor mais rude, a mágoa mais pungente,
Os soluços, os prantos, os gemidos,
Entre as almas são louros repartidos
Muito longe da Terra impenitente.

Oh! Se eu pudesse, iria em altos brados
Libertar corações escravizados
Sob o guante de enigmas profundos!

Mas, dizei-lhe, ó vós que estais na Terra,
Que a luz espiritual da dor encerra
A ventura imortal dos outros mundos!


(Do livro “PARNASO DE ALÉM-TÚMULO”, Antero de Quental, Psicografia Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 22 de novembro de 2016

COLHER  E  GARGANTA


Imaginemos a língua como sendo a colher do sentimento.
Mentalizemos o ouvido por garganta da alma.
Tudo o que falamos é ingrediente para a digestão espiritual.
Bondade é pão invisível.
Gentileza é água pura.
Otimismo é reconstituinte.
Consolação é analgésico.
Esclarecimento construtivo é vitamina mental.
Paciência é antitóxico.
Perdão é cirurgia reajustante.
Queixa é vinagre.
Censura é pimenta.
Crueldade é veneno.
Calúnia é corrosivo.
Conversa inútil é excedente enfermiço.
Maledicência é comida deteriorada.
Falando, edificamos.
Falando, destruímos.
Falando, ferimos.
Falando, medicamos.
Falando, curamos.
Disse o Divino Mestre: “Bem-aventurados os pacificadores...”
Usemos para com os outros o alimento da paz a nós mesmos.
E, com a paz, conseguiremos possuir espaço e tempo terrestres, em dimensões maiores, para que aprendamos e possamos, realmente, servir.

(Do livro “O ESPÍRITO DA VERDADE”, Hilário Silva, Psicografia Francisco C. Xavier e Waldo Vieira)


segunda-feira, 14 de novembro de 2016

NÃO SÓ
“E peço isto: que a vossa caridade abunde mais e mais
em ciência e em todo o conhecimento.”
Paulo (Filipenses, 1:9)


               A caridade é, invariavelmente, sublime nas menores manifestações, todavia, inúmeras pessoas muitas vezes procuram limitá-la, ocultando-lhe o espírito divino.
            Muitos aprendizes crêem que praticá-la é apenas oferecer dádivas materiais aos necessitados de pão e teto.
              Caridade, porém, representa muito mais que isso para os verdadeiros discípulos do Evangelho.
               Em sua carta aos filipenses, oferece Paulo valiosa assertiva, com referência ao assunto.
               Indispensável é que a caridade do cristão fiel abunde em conhecimento elevado.
           Certo benfeitor distribuirá muito pão, mas se permanece deliberadamente nas sombras da ignorância, do sectarismo ou da autoadmiração não estará faltando com o dever de assistência caridosa a si mesmo?
         Espalhar o bem não é somente transmitir facilidades de natureza material. Muitas máquinas, nos tempos modernos, distribuem energia e poder, automaticamente.
          Caridade essencial é intensificar o bem, sob todas as formas respeitáveis, sem olvidarmos o imperativo de autosublimação para que outros se renovem para a vida superior, compreendendo que é indispensável conjugar, no mesmo ritmo, os verbos dar e saber.
          Muitos crentes preferem apenas dar e outros se circunscrevem simplesmente em saber; as atividades de todos os benfeitores dessa espécie são úteis, mas incompletas.
             Ambas as classes podem sofrer presunção venenosa.
            Bondade e conhecimento, pão e luz, amparo e iluminação, sentimento e consciência são arcos divinos que integram os círculos perfeitos da caridade.
             Não só receber e dar, mas também ensinar e aprender.

(Do livro “VINHA DE LUZ”, Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier)