segunda-feira, 31 de outubro de 2016

EM NOME DO EVANGELHO


“Para que todos sejam um” – Jesus. (João, 17:22)

            Reunindo-se aos discípulos, empreendeu Jesus a renovação do mundo.
            Congregando-se com cegos e paralíticos, restituindo-lhes a visão e o movimento.
            Misturando-se com a turba extenuada, multiplicou os pães para que lhe não faltasse alimento.
            Ombreando-se com os pobres e os simples, ensinou-lhes as bem-aventuranças celestes.
            Banqueteando-se com pecadores confessos, ensinou-lhes o retorno ao caminho da elevação.
            Partilhando a fraternidade do cenáculo, prepara companheiros na direção dos testemunhos de fé viva.
         Compelido a oferecer-se em espetáculo na cruz, junto à multidão, despede-se da massa, abençoando e amando, perdoando e servindo.
*
            Compreendendo a responsabilidade da grande assembléia de colaboradores do espiritismo brasileiro, formulamos votos ardentes para que orientem no Evangelho quaisquer princípios de unificação, em torno dos quais entrelaçam esperanças.
            Cremos que a experiência científica e a discussão filosófica representam preparação e adubo no campo doutrinário, porque a semente viva do progresso real, com o aperfeiçoamento do homem interior, permanece nos alicerces divinos da Nova Revelação.
            Cultivar o espiritismo, sem esforço espiritualizante, é trocar notícias entre dois planos diferentes, sem significado substancial na redenção humana.
            Lidar com assuntos do céu, sem vasos adequados à recepção da essência celestial, é ameaçar a obra salvacionista.
            Aceitar a verdade, sem o desejo de irradiá-la, através do propósito individual de serviço aos semelhantes, é vaguear sem rumo.
            O laboratório é respeitável.
            A academia é nobre.
            O templo é santo.
            A ciência convence.
            A filosofia estuda.
            A fé converte o homem ao Bem Infinito.
            Cérebro rico, sem diretrizes santificantes pode conduzir à discórdia.
            Verbo primoroso, sem fundamentos de sublimação, não alivia, nem salva.
            Sentimento educado e iluminado, contudo, melhora sempre.
            Reunidos, assim, em grande conclave de fraternidade, que irmãos do Brasil se compenetrem, cada vez mais, do espírito de serviço e renunciação, de solidariedade e bondade pura que Jesus nos legou.
         O mundo conturbado pede, efetivamente, ação transformadora. Conscientes, porém, de que se faz impraticável a redenção do Todo, sem o burilamento das partes, unamo-nos no mesmo roteiro de amor, trabalho, auxílio, educação, solidariedade, valor e sacrifício que caracterizou a atitude do Cristo em comunhão com os homens, servindo e esperando o futuro, em seu exemplo de abnegação, para que todos sejamos um, em sintonia sublime com os desígnios do Supremo Senhor.

(Da revista “Reformador”, ano 127, outubro 2009; Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier. Fonte: Anais do I Congresso Brasileiro de Unificação, realizado em São Paulo, de 31 de out a 5 de nov de 1948).


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