terça-feira, 29 de novembro de 2016

CONSOLAI


Se eu pudesse, diria eternamente,
Aos flagelados e desiludidos,
Que sobre a Terra os grandes bens perdidos
São a posse da luz resplandecente.

A dor mais rude, a mágoa mais pungente,
Os soluços, os prantos, os gemidos,
Entre as almas são louros repartidos
Muito longe da Terra impenitente.

Oh! Se eu pudesse, iria em altos brados
Libertar corações escravizados
Sob o guante de enigmas profundos!

Mas, dizei-lhe, ó vós que estais na Terra,
Que a luz espiritual da dor encerra
A ventura imortal dos outros mundos!


(Do livro “PARNASO DE ALÉM-TÚMULO”, Antero de Quental, Psicografia Francisco Cândido Xavier)

Nenhum comentário: